Ibovespa
O Ibovespa fechou em queda na
segunda-feira (23), seu quinto pregão consecutivo de declínio, com deterioração
da percepção fiscal no país diante de ajustes na contenção de gastos pelo
governo, na contramão da alta nas bolsas norte-americanas. Investidores
repercutiram o anúncio de sexta-feira (20) sobre a contenção total de verbas de
ministérios — que será reduzida de 15 bilhões de reais para 13,3 bilhões de
reais, com ganhos de arrecadação compensando uma alta de gastos obrigatórios.
O Ibovespa, na terça-feira (24),
mostrou firmeza no nível de 132 mil pontos, após o anúncio de medidas de
estímulo econômico na China. O índice subiu 1,32% aos 132.296,38 pontos, com
volume negociado até aqui de R$ 18,6 bilhões. A principal referência da B3
oscilou entre a máxima de 133.072,69 pontos e a mínima de 130.569,95 pontos.
Foi um dia marcado pelo anúncio de estímulos econômicos na China.
Na quarta-feira (25), não teve jeito:
o Ibovespa, mesmo com notícias positivas, recuou 0,43%, aos 131.586,45 pontos,
uma perda de 569,45 pontos. O dólar comercial subiu 0,23%, a R$ 5,47. E ao
menos os DIs (juros futuros) desceram por toda a curva. Não tivemos nenhum item
ou grupo específico ao qual poderíamos atribuir a "culpa" pelo resultado.
O Ibovespa encerrou na quinta-feira
(26) em alta de 1,08%, aos 133.009 pontos. Em um movimento de "montanha-russa",
o Ibovespa (IBOV) retomou o fôlego e voltou ao território positivo — e se
aproximou das máximas históricas.
O principal órgão decisório do
Partido Comunista da China, o Politburo, prometeu intensificar o apoio
monetário e fiscal no país, dois dias após o Banco Popular da China (PBoC,
banco central chinês) anunciar seu mais agressivo pacote de medidas de estímulo
desde a pandemia.
O Ibovespa futuro (INDV24 – contrato
com vencimento para 16 de outubro/24) operava entre perdas e ganhos nesta
sexta-feira (27). Às 9h51, caía 0,14%, aos 133.350 pontos.
O destaque da manhã foi a divulgação
do Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) de agosto. O
índice cheio desacelerou para 0,1% em agosto e perdeu força na leitura anual,
de 2,5% para 2,2%. O consenso do mercado apontava para uma alta mensal de 0,1%
e um avanço de 2,3% na comparação anual. Já em 12 meses, o núcleo avançou para
2,7% até agosto, ante os 2,6% observados em julho, em linha com as projeções. A
renda pessoal, por sua vez, subiu para 0,2% em agosto, ante expectativas de
0,4%. Por fim, os gastos com consumo subiram 0,2% em julho ante junho, frente à
previsão de 0,3%.
Os gastos, a renda e o núcleo do PCE,
todos abaixo do esperado, podem ser considerados dados ruins, mas que de certa
forma são bons.
Em conjunto com os indicadores
robustos do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na véspera, os números do
PCE de agosto não devem alterar significativamente o plano de voo do Fed para a
continuidade do ciclo de afrouxamento monetário iniciado em setembro.
No final do dia, o Ibovespa voltou a
ficar negativo: -0,17%, aos 132.776 pontos.
Câmbio
O dólar à vista registrou leve
valorização frente ao real na segunda-feira (23), com os agentes financeiros de
olho nas discussões envolvendo a dívida pública brasileira. Apesar disso, a
moeda americana se distanciou das máximas observadas no começo do pregão, em
meio a algum alívio relacionado a moedas ligadas a commodities e também após
comentários.
A expectativa de longo prazo para a
trajetória dos juros, tanto no Brasil quanto nos EUA, continuará sendo um
elemento-chave para determinar os movimentos futuros do mercado financeiro
brasileiro.
A ata do Copom — que reafirmou um tom
duro quanto às expectativas de inflação e à condução da política fiscal — jogou
o dólar para baixo nas negociações na terça-feira (24). A divisa recuou firme,
caindo 1,5%, valendo R$ 5,45.
A confirmação na ata de que o BC
iniciou um ciclo de alta — apesar de não se comprometer com um ritmo de aumento
nem com a magnitude dos futuros ajustes — foi, junto com as declarações de
Roberto Campos Neto, atual presidente da autoridade monetária, em evento do Safra
em São Paulo, um dos fatores para arrefecer a cotação da moeda.
O dólar à vista fechou em leve alta
ante o real na quarta-feira (25), influenciado pelo avanço firme da moeda no
exterior, em um dia marcado por dados favoráveis de inflação no Brasil. O dólar
comercial fechou em alta de 0,23%, a R$ 5,475 na compra e a R$ 5,476 na venda.
O mercado analisava novos dados do IPCA-15 de setembro, em busca de indícios
sobre a trajetória da inflação no Brasil e, consequentemente, da política
monetária local.
O resultado, que mostrou a inflação
se aproximando um pouco do centro da meta, afastou temores em relação à
dinâmica futura dos preços no Brasil, reduzindo as expectativas do mercado por
uma alta agressiva na Selic na próxima reunião do Copom em novembro. Operadores
passaram a ver 77% de chance de um aumento de 50 pontos-base na taxa básica de
juros em novembro, para 11,25% ao ano, de 94% antes dos dados. Eles veem 23% de
probabilidade de alta de 25 pontos.
O IPCA-15 vem como uma boa notícia.
Ele mostra que, aparentemente, setembro vai ser igual a agosto, um mês de baixa
pressão inflacionária.
O dólar à vista fechou a quinta-feira
(26) em baixa no Brasil, acompanhando o recuo quase generalizado da moeda
norte-americana no exterior, após Pequim prometer gastar ainda mais para
impulsionar a economia da China, a maior compradora de commodities do mundo.
A moeda norte-americana despencou
ante o real já no início da sessão, após líderes chineses prometerem "gastos
fiscais necessários" para atingir a meta de crescimento econômico deste ano, de
aproximadamente 5%.
A China é o maior parceiro comercial
do Brasil e, com a economia chinesa em crescimento, o país tende a importar
mais commodities brasileiras, injetando mais dólares no mercado local.
O câmbio doméstico deu início ao
pregão desta sexta-feira (27) próximo da estabilidade, com os participantes do
mercado à espera de novos indicadores de consumo e de inflação nos Estados
Unidos. Logo no início da sessão, o viés do dólar foi de queda contra o real,
mas o movimento não mostrou sustentação, em um dia no qual a moeda americana
não exibe sinal único frente a divisas de mercados emergentes e desenvolvidos.
O real, porém, se encaminha para
acumular valorização firme na semana, com apoio do diferencial de juros
crescentes e dos estímulos à economia chinesa. Por volta de 9h20, o dólar era
negociado a R$ 5,4457 no mercado à vista, em alta de 0,05%, após ter caído a R$
5,4258 logo na abertura da sessão. Já o dólar futuro para outubro subia 0,09%,
a R$ 5,447, o que já começa a indicar um dólar "casado" (diferença entre o
futuro mais líquido e o "spot") no campo negativo, na medida em que a formação
da Ptax de fim de mês já deve começar a influenciar os negócios no câmbio.
Durante a tarde, o dólar tinha baixa
de 0,20%, indo a R$ 5,433. O dólar turismo ia a R$ 5,65.
O Banco do Povo da China (PBoC, na
sigla em inglês) anunciou hoje cortes de juros em outro conjunto de medidas
para estimular a economia. O BC chinês cortou em 20 pontos-base (pb) as taxas
de juros de curto prazo, reduzindo os custos de empréstimo.
Esse conjunto de medidas não vai
fazer a China ter outro boom de construção civil, como já aconteceu antes.