O Ibovespa fechou com uma alta
discreta na segunda-feira (16), assegurada pelo avanço da Petrobras em dia de
alta do petróleo no exterior, enquanto a Embraer representou um peso negativo
relevante, caindo mais de 5% após decepção com o desfecho da arbitragem com a
Boeing.
Índice de referência do mercado
acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com acréscimo de 0,14%, a 135.072,45
pontos, de acordo com dados preliminares, tendo alcançado 135.715,1 pontos na
máxima e 134.869,97 pontos na mínima do dia.
Na terça-feira (17), o Ibovespa
fechou em queda de 0,12%, aos 134.960 pontos. O dia foi marcado pelo início das
reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e Federal Open Market
Committee (Fomc). À espera das decisões de política monetária, investidores se
posicionaram com maior cautela na sessão de terça. Além disso, Petrobras
(PETR3; PETR4), que subiu na segunda-feira 0,99% e 1,39%, impulsionada pela
recomendação de compra do Itaú BBA, fechou em queda de 0,61% (PETR3) e 0,46%
(PETR4), o que também puxou a bolsa para baixo.
Na quarta-feira (18), as decisões de
juros foram aguardadas com altas expectativas pelo mercado. Isso porque foi
esperada uma mudança de cenário em ambos os países na política monetária: nos
EUA, um corte, enquanto por aqui é aguardada uma alta. A última vez que houve
um corte nos juros americanos foi no dia 3 de março de 2020. Já no Brasil, a
última vez que o Banco Central (BC) aumentou os juros foi no dia 15 de junho de
2022. A redução das taxas de juros pelo Fed criaria um ambiente mais favorável
para o crescimento dos lucros corporativos. Aliviaria a pressão sobre as
empresas, que vêm enfrentando margens reduzidas devido à inflação elevada e aos
juros altos. O Ibovespa fechou em queda, pressionado pela queda das ações da
Petrobras (PETR3; PETR4), em dia marcado por decisões de juros no Brasil e nos
Estados Unidos. O principal índice da B3 terminou o pregão em baixa de 0,90%,
aos 133.747,69 pontos, na mínima da sessão. Por mais que o comunicado não tenha
sido explícito, o corte de 50 pontos confirma que as preocupações com a saúde
do mercado de trabalho pesaram mais na decisão do que os riscos relativos à
inflação.
Na quinta-feira (19), o Ibovespa
fechou com baixa de 0,47%, aos 133.122,67 pontos, uma perda de 625,02 pontos. É
a terceira queda seguida do principal índice da Bolsa brasileira e é o segundo
pregão consecutivo fechando na mínima do dia.
A sexta-feira (20) começou com
ressaca antecipada para o final de semana, com os futuros das bolsas americanas
em queda, mesmo sinal dos índices europeus. Agora que toda expectativa com o
Fed ficou no passado, investidores precisam voltar a olhar para o mundo lá fora
e checar quais são as reais condições da economia americana. Soma-se ao receio
do mercado o fiscal brasileiro. Hoje, o destaque do dia foi a divulgação, às
15h30, do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas do 4º bimestre. Os
investidores, já há alguns meses, apresentam ceticismo e descrença em relação à
condução da política fiscal brasileira. Isso porque há uma percepção de que o
governo ainda resiste em equilibrar as contas públicas, em especial, através de
medidas de cortes de despesas.
O Ibovespa fechou sua quarta sessão
seguida de queda e operou, nesta sexta-feira, com forte desvalorização de
1,59%, aos 131.010 pontos.
Câmbio
Na segunda-feira (16), o dólar à
vista emplacou a quarta sessão consecutiva de queda no Brasil, se reaproximando
dos 5,50 reais, numa sessão marcada pela baixa da moeda norte-americana também
no exterior, em meio ao aumento da expectativa por um corte mais agressivo de
juros nos EUA nesta semana e à divulgação de dados fracos sobre a economia
chinesa. O dólar à vista fechou em baixa de 1,01%, cotado a 5,5111 reais. Nos
últimos quatro dias úteis, a moeda norte-americana acumulou queda de 2,55%.
Já na terça-feira (17), o dólar
terminou o dia em baixa de 0,39%, a R$ 5,488. O dólar turismo ficou cotado a R$
5,70. No Brasil, o mercado projeta um aumento de 0,25% na Selic. Esse corte
seria apoiado pelos dados do último Boletim Focus, que indicam expectativas de
inflação, diz Elson Gusmão, diretor de câmbio da Ourominas, empresa de ouro e
câmbio. Quanto maior o corte nos EUA, melhor para o Brasil. Isso porque os
investidores poderão sair dos EUA em busca de melhores rendimentos e assim,
convergir para mercados emergentes.
Na quarta-feira (18), o dólar
comercial amargou mais uma sessão de desvalorização frente ao real. Foi a sexta
queda seguida. A depreciação ganhou intensidade após o Federal Reserve (Fed)
anunciar um corte de 0,50 ponto percentual nas taxas de juros americanas.
Apesar do recuo, no fim das negociações, o dólar ficou distante das mínimas
observadas no dia, uma vez que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome
Powell, foi bastante cauteloso em seu discurso, evitando reforçar um tom mais
"dovish" (favorável a juros mais baixos). Assim, com o mercado à vista
encerrado, o dólar comercial exibiu desvalorização de 0,47%, cotado a R$
5,4626, depois de ter encostado na mínima de R$ 5,4126 e tocado na máxima de R$
5,4965. Já o euro comercial teve queda de 0,53%, a R$ 6,0681. Perto do
fechamento, o real apresentava um dos melhores desempenhos do dia, da relação
das 33 moedas mais.
Na quinta-feira (19), o câmbio
doméstico apresentou uma nova rodada de valorização com o real entre as moedas
de melhor desempenho no dia, ao receber suporte do tom conservador adotado pelo
Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e do corte de 0,5 ponto
percentual nos juros efetuado ontem pelo Federal Reserve (Fed). O alargamento
do diferencial de juros entre Brasil e EUA tem dado apoio à moeda brasileira já
nas últimas sessões, o que levou o dólar à sétima sessão consecutiva de queda
no mercado local e ao menor nível em um mês contra o real. No fim do pregão no
mercado à vista, o dólar era negociado a R$ 5,4241, em queda de 0,70%, afastado
da mínima do dia (R$ 5,3958). Já o euro comercial encerrou o dia cotado a R$
6,0545, em baixa de 0,22%.
Desde a quarta-feira da semana
passada, o dólar vem exibindo uma trajetória de depreciação frente ao real que
tem chamado atenção. Essa dinâmica marca a maior sequência de quedas neste ano
da moeda americana, cuja desvalorização nestes últimos dias supera 4%. O
principal fator para esse movimento é a condução da política monetária, não só
a americana.
O dólar tinha leve alta frente ao
real nas primeiras negociações desta sexta-feira (20), em linha com a força
ante a maioria de seus pares fortes e emergentes, com os investidores nacionais
ajustando suas posições após sete sessões consecutivas de perdas para a moeda
norte-americana no Brasil. Às 9h05, o dólar à vista subia 0,27%, a R$ 5,4361 na
venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de
0,21%, a R$ 5,440. Depois de sete sessões seguidas de queda, a divisa americana
operava, às 13h, em forte avanço de 1,45%, aos R$ 5,50.
O movimento do dólar frente a
diversas moedas de todo o mundo era misto. Além do real, que desvalorizava
frente à moeda americana, o iene recuava 0,88% depois da decisão de manutenção
da taxa de juros no país; o peso mexicano também recuava 0,14% frente à moeda
americana. Até o momento, ainda há muita volatilidade no mercado com as
expectativas de inflação que se desenrolaram nos últimos três meses e têm feito
o câmbio oscilar bastante. Hoje, o dólar chegou próximo desse patamar e já
mostrou bom fluxo comprador.
*Luiz Felipe Bazzo é CEO do
transferbank, uma das 15 maiores soluções de câmbio do Brasil. O executivo
também já trabalhou em multinacionais como Volvo Group e BHS. Além disso, criou
startups de diferentes iniciativas e mercados tendo atuado no Founder
Institute, incubadora de empresas americanas com sede no Vale do Silício. O
executivo morou e estudou na Noruega e México e formou-se em administração de
empresas pela FAE Centro Universitário, de Curitiba (PR), e pós-graduado em finanças
empresariais pela Universidade Positivo.