A
passagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela Universidade de São
Paulo (USP), na noite de sexta-feira (20), foi marcada por protestos contra o
novo arcabouço fiscal e pedidos por mais investimentos em educação. Durante o
evento, manifestantes chegaram a comparĂĄ-lo ao ex-ministro da Economia Paulo
Guedes, do governo Bolsonaro, chamando Haddad de "Paulo Guedes do PT".
A palestra, que fez parte do evento "Os Desafios na Economia e
as Perspectivas da Política no Brasil", foi organizada por trĂȘs faculdades da
USP nas quais Haddad estudou: a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, a
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e a Faculdade de
Filosofia, Letras e CiĂȘncias Humanas (FFLCH).
A manifestação foi liderada pela União da Juventude Comunista
(UJC), que também distribuiu panfletos criticando o governo por, segundo eles,
ser submisso aos interesses da iniciativa privada e ao setor financeiro. Um dos
momentos mais marcantes do protesto foi a exibição de uma faixa no auditório
com a frase: "Haddad trabalha pro patrão".
Os manifestantes demonstraram insatisfação com a política
econômica do governo Lula, particularmente em relação ao arcabouço fiscal,
medida proposta para substituir o teto de gastos. Eles defendem que a nova
regra não trarĂĄ os investimentos necessĂĄrios para ĂĄreas como educação e saúde.
Durante sua fala, Haddad pediu paciĂȘncia e destacou a importância
de controlar a ansiedade, para que ela não prejudique o objetivo comum de
desenvolvimento do país. Ele comentou sobre as tensões sociais ainda não
superadas e mencionou diretamente um manifestante que segurava um cartaz
pedindo "abaixo o arcabouço". O ministro reconheceu que o marco fiscal poderia
ser aprimorado, mas argumentou que representa um avanço em relação ao teto de
gastos, que, segundo ele, causou prejuízos às carreiras públicas ao congelar os
salĂĄrios dos servidores por sete anos.
Apesar das críticas, Haddad defendeu a necessidade de uma gestão
econômica equilibrada, que permita o crescimento do país sem comprometer o
ajuste fiscal.
Fonte: Hora Brasilia