A ministra da Igualdade Racial,
Anielle Franco, confirmou nesta sexta-feira (6) a ministros do governo Lula que
foi vítima de assédio sexual praticado pelo ministro dos Direitos Humanos,
Silvio Almeida. O relato foi publicado pelo repórter Sérgio Roxo e trouxe à
tona graves denúncias, reveladas inicialmente na quinta-feira (5), sobre o
comportamento de Almeida, que também foi acusado por outras mulheres à
organização Me Too Brasil.
Os
supostos episódios de assédio teriam ocorrido no ano passado. Entre os relatos,
Anielle Franco descreveu toques inadequados em suas pernas, beijos
inapropriados e comentários de conotação sexual por parte de Almeida. O caso
foi confirmado por 14 fontes próximas à ministra, incluindo ministros e
assessores. Apesar de confirmar o assédio em conversas privadas, Anielle não
quis comentar publicamente as denúncias.
A
organização Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência sexual, confirmou
ter sido procurada por mulheres que relataram episódios de assédio praticados
pelo ministro. As denúncias envolvem toques não consensuais e gestos
inapropriados, ampliando a gravidade da situação.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à Rádio Difusora Goiana,
declarou que Silvio Almeida deveria pedir demissão do cargo para que possa se
defender das acusações fora da função ministerial, evitando uma crise que pode
comprometer a política de direitos humanos do governo. "Vamos ter que apurar
corretamente, mas acho que não é possível a continuidade [do ministro] no
governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso com alguém que seja
acusado de assédio", disse Lula.
Além
das denúncias envolvendo Anielle Franco, outra acusação surgiu na sexta-feira
(6). A professora Isabel Rodrigues, em vídeo publicado pela coluna, relatou um
episódio ocorrido em 2019, no qual Silvio Almeida teria colocado a mão em suas
partes íntimas durante um almoço.
Silvio
Almeida nega todas as acusações e afirma que não cometeu nenhuma irregularidade.
O caso segue em investigação, com pressão crescente para que o ministro se
afaste do cargo e enfrente o processo de forma independente.
Fonte: Hora Brasilia