O Ministério Público da Paraíba (MPPB) apresentou um novo pedido de
prisão contra Egídio de Carvalho Neto, ex-diretor do Hospital Padre Zé, em João
Pessoa. De acordo com o MPPB, Egídio estaria sendo beneficiado na prisão
preventiva domiciliar, ao qual está submetido desde 18 de abril deste ano.
O Ministério Público alega que Egídio está se beneficiando de um imóvel
fruto do desvio de dinheiro, do qual é investigado. A acusação afirma que
usufruir desse imóvel é infringir uma das medidas cautelares impostas na prisão
domiciliar.
Outras medidas cautelares também foram determinadas:
- Monitoramento por tornozeleira eletrônica;
- Proibição de se ausentar de sua residência em João Pessoa, sem autorização do juízo;
- Proibição de manter contato com pessoas diversas de seus advogados constituídos e dos familiares que residem no mesmo imóvel, salvo casos de urgência e mediante comunicação a este juízo, em até 48 horas;
- Proibição de acesso ou frequência em estabelecimentos vinculados a ASA e ao Instituto São José, assim como a proibição de contato com qualquer colaborador destas instituições, bem como as demais acusadas
A defesa do ex-diretor da instituição solicitou a prisão preventiva domiciliar alegando
problemas de saúde e a necessidade de fazer tratamentos.
Relembre
o caso
No dia 18 de setembro de 2023, Padre Egídio de Carvalho, ex-diretor do
Hospital Padre Zé, denunciou o furto de celulares doados pela Receita Federal,
apontando Samuel Rodrigues como suspeito. Após a denúncia, Padre Egídio
renunciou a direção do hospital.
A Polícia Civil investigou Samuel, operador de tecnologia da informação,
por furto qualificado, resultando em sua prisão e posterior libertação em
setembro. No dia 29 de setembro, Samuel
prestou novos depoimentos.
A operação "Indignus" foi deflagrada após a descoberta de
irregularidades, iniciando com o furto de mais de 100 aparelhos celulares da
instituição.
Os celulares, doados pela Receita Federal, seriam vendidos em um bazar
solidário para aquisição de uma ambulância com UTI e um carro para distribuição
de alimentos.
Em 5 de outubro de 2023, o Gaeco
apurou desvios de recursos públicos em instituições vinculadas ao padre,
cumprindo 11 mandados judiciais. A investigação revelou que Padre
Egídio desviou cerca de R$ 13 milhões em empréstimos, impactando a verba do
SUS.
Diante das denúncias, a Arquidiocese da Paraíba afastou o padre Egídio
de qualquer ofício ou encargo eclesiástico, impedindo-o de ministrar missas ou
sacramentos.
Após a denúncia anônima apresentada ao Ministério Público, uma
força-tarefa foi criada para investigar as irregularidades no hospital. A
gestão do Hospital Padre Zé solicitou ao Ministério Público uma ampla auditoria
em todas as contas, contratos, convênios e projetos da instituição, após
constatar inúmeras dívidas comprometendo sua funcionalidade.
Portal Correio