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Governo Lula oficializa rachadinha em emendas coletivas do Orçamento, segundo Veja

Por Blog do Elias Hacker 24/08/2024 às 08:16:50

Marcelo Camargo/Agência Brasil

Regras instituídas por ministérios do governo Lula para a destinação de mais de R$ 24 bilhões em verbas do Orçamento federal tĂȘm gerado controvérsia ao oficializar prĂĄticas que individualizam as emendas de bancadas estaduais e de comissões da Câmara e do Senado. Essa prĂĄtica, que vem sendo apelidada de "rachadinha", permite que coordenadores de bancadas e líderes partidĂĄrios determinem como a maior parte dessas verbas serĂĄ dividida entre os parlamentares, transformando emendas coletivas em "emendas individualizadas de bancada". A informação é da Revista Veja.

Embora essas emendas tenham natureza coletiva e, em teoria, sua aplicação devesse ser decidida conjuntamente pelos parlamentares de cada estado ou pelas comissões, na prĂĄtica, os coordenadores tĂȘm o poder de solicitar "remanejamentos" das emendas, mudando a destinação das verbas através de simples ofícios ao PalĂĄcio do Planalto, dentro do prazo estipulado.

Em relação às emendas de comissão, as lideranças da Câmara e do Senado negociam a divisão de R$ 15,5 bilhões em 2024 a portas fechadas, perpetuando a prĂĄtica da "rachadinha" que deveria ser decidida por colegiados. Parlamentares jĂĄ consideram esse modelo como o sucessor das controversas emendas de relator, conhecidas como "orçamento secreto".

Uma portaria conjunta, publicada em abril pelos ministérios da Fazenda, Planejamento e Orçamento, Gestão e Inovação, e pela Secretaria de Relações Institucionais, autoriza formalmente esses remanejamentos, permitindo que os "autores" – presidentes de comissões e coordenadores de bancadas – determinem a aplicação das verbas.

Esse movimento de oficializar a "rachadinha" das emendas coletivas, prĂĄtica que também existia durante o governo Bolsonaro, aponta para um "jogo duplo" do governo Lula nas negociações com os presidentes da Câmara e do Senado e com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última terça-feira, um comunicado conjunto anunciou um acordo para proibir a individualização dessas emendas, que deverão ser direcionadas a "projetos estruturantes" em cada estado e no Distrito Federal, conforme decisão das respectivas bancadas. As emendas de comissão, segundo o consenso alcançado entre os TrĂȘs Poderes, deverão ser voltadas para "projetos de interesse nacional ou regional".

Governo e Congresso tĂȘm um prazo de dez dias para definir os detalhes dessa nova regulamentação. No entanto, jĂĄ hĂĄ sinais de resistĂȘncia por parte de alguns caciques do Legislativo contra os termos do acordo com o Supremo.

Fonte: Hora Brasilia

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