A Câmara dos Deputados adiou a
votação do segundo texto que regulamenta a reforma tributĂĄria e aprovação do
parecer pela rejeição da medida provisória que abre crédito extraordinĂĄrio de
R$ 1,3 bilhão ao JudiciĂĄrio. A manobra acontece após o ministro FlĂĄvio Dino, do
Supremo Tribunal Federal (STF), suspender a execução das emendas impositivas
apresentadas pelos deputados federais e senadores.
Estava previsto na pauta da
Câmara desta quarta-feira (14/8) a anĂĄlise dos destaques do Projeto de Lei
Complementar (PLP) nÂș 108/24, que trata da criação do ComitĂȘ Gestor do Imposto
sobre Bens e Serviços (IBS). No entanto, a decisão de Dino mudou os planos dos
deputados federais.
As emendas impositivas são todas
aquelas de transferĂȘncia especial, também conhecidas como "emendas Pix", de
transferĂȘncia com finalidade definida ou emendas de bancadas. O dinheiro é
utilizado pelo parlamentares para financiar as bases eleitorais.
Por isso, a suspensão do
pagamento das emendas gera um desagrado por parte dos parlamentares em
decorrĂȘncia da impossibilidade de enviar recursos para as bases.
A regulamentação da reforma
tributĂĄria é uma das principais propostas defendidas pelo governo de Luiz
InĂĄcio Lula da Silva (PT) para este semestre. A Câmara dos Deputados aprovou,
em julho, o PLP 68/2024, que institui a Contribuição sobre Bens e Serviços
(CBS) e o IBS, tributos que compõem o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA)
dual, e aguardava anĂĄlise do PLP 108.
Inclusive, o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, esteve na Câmara dos Deputados para agradecer ao presidente da
Casa Legislativa, Arthur Lira (PP-AL), a celeridade adotada pelos parlamentares
na tramitação dos dois PLPs. Até a reunião, no entanto, não se sabia da decisão
de Dino, que desencadeou em uma resposta do Congresso Nacional.
Repasse ao JudiciĂĄrio
Outra medida de retaliação adotada pelos deputados é a depreciação da anĂĄlise
da medida provisória 1238/2024, que abre crédito extraordinĂĄrio de R$ 1,3
bilhão no Orçamento de 2024 em favor dos órgãos do JudiciĂĄrio.
Rejeitada na Comissão Mista de
Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, a medida provisória segue para
apreciação no plenĂĄrio da Câmara dos Deputados. Caso também seja
desconsiderada, o dinheiro jĂĄ repassado ao JudiciĂĄrio deverĂĄ ser realocado
dentro do teto de gastos previsto para os órgãos.
"Eu considero que a resposta
política que a Casa deve dar é a resposta que afirme a responsabilidade e
competĂȘncia do parlamento. Não me parece que correto a rejeição de uma MP que
não terĂĄ eficĂĄcia", disse Orlando Silva (PCdoB-SP).
A medida provisória visa corrigir
perdas do JudiciĂĄrio e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), com
correções do antigo "teto de gastos" entre 2017 e 2022. Isso porque não foram
considerado créditos extraordinĂĄrios para pagamento de auxílio-moradia.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/