Bruno Dantas, presidente do
Tribunal de Contas da União (TCU), gerou polêmica ao publicar uma mensagem no X
(antigo Twitter) endereçada ao jornalista Breno Pires, da Revista Piauí. Dantas
sugeriu que tomará medidas legais contra Pires, buscando uma interpelação
criminal para que o repórter esclareça suas afirmações sobre o envolvimento do
TCU na indicação de nomes para agências reguladoras.
Dantas mencionou a intenção de
iniciar uma interpelação criminal, afirmando: "Espero que na interpelação
criminal que proporei o repórter explique melhor o post lacônico. Ainda não
será uma ação penal, apenas um pedido de esclarecimentos sobre a acusação que
faz. Terá, enfim, a chance de dizer que agência está sendo negociada, com quem,
como e quando".
A resposta de Dantas foi motivada
por um comentário de Breno Pires a respeito de uma matéria publicada pelo
jornal O Globo. O artigo discutia o processo no TCU que encurta os mandatos de
presidentes de agências reguladoras. Pires comentou que "o que a matéria não
diz é que, em troca disso, o presidente do TCU negocia indicar nomes para
agências reguladoras".
Desde o fim de 2022, sob a
liderança de Dantas, o TCU ampliou sua influência política, especialmente com a
criação da Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de
Conflitos (SecexConsenso). Essa expansão, que visa oferecer mediação na
renegociação de concessões públicas, gerou questionamentos sobre um possível
tráfico de influência envolvendo o governo Lula e interesses de empresas como a
Âmbar Energia, pertencente aos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Críticos apontam que Dantas
deveria esclarecer a atuação da SecexConsenso e as acusações de tráfico de
influência, em vez de direcionar ações legais contra jornalistas que investigam
o tema. A tensão entre o TCU e a mídia reflete a complexidade das relações
entre o tribunal e o governo, destacando a importância da transparência nas
atividades de órgãos de fiscalização.
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