O Ministério Público da Venezuela abriu, na segunda-feira (5), uma
investigação criminal contra Edmundo González e María Corina Machado devido ao
comunicado em que o candidato se proclamou presidente eleito. O ato, segundo o
órgão, vai contra a apuração do Conselho Nacional Eleitoral, que declarou
vitória ao presidente Nicolás Maduro.
Em comunicado, o procurador-geral Tarek William Saab disse que os
principais opositores de Maduro "atuaram às margens da Constituição ao anunciar
falsamente um vencedor da eleição presidencial" e que, ao mesmo tempo,
"incitaram abertamente policiais e militares a desobedecer às leis". Com isso,
González e María serão investigados por:
Usurpação de funções;
· Divulgação de informação falsa para causar alarmismo;
· Instigação à desobediência das leis;
· Instigação à Insurreição;
· Associação para delinquir e conspiração.
"O Ministério Público, como titular da ação penal, em seu dever de ser
garantidor da paz e da estabilidade no país, se manterá vigilante ante qualquer
ato que implique a geração de violência ou pânico na população e que pretenda a
reedição de eventos que deixaram dolorosas feridas em toda a família
venezuelana", disse o procurador-geral.
O resultado das eleições vem provocando um impasse político na
Venezuela. Isso porque, na contagem do Conselho Nacional Eleitoral, Maduro
aparece 52,21% dos votos, ante 44,2% de González. A oposição contesta os
números e alega fraude na contagem de votos, afirmando ter provas da vitória de
González no pleito.
A apuração também é questionada por governos internacionais, como
Estados Unidos, Reino Unido, Chile, Argentina, Uruguai, Equador, Peru e
Colômbia, além da União Europeia. Todos pedem a divulgação das atas – boletins
das urnas –, que mostrarão a veracidade da contagem de votos. O mesmo foi
solicitado pelo Brasil.
Em meio à repercussão, Maduro pediu uma auditoria pelo Supremo Tribunal
de Justiça – alinhada ao presidente. Na última semana, a Corte convocou todos
os candidatos presidenciais para responder perguntas e participar da
verificação de votos. González, no entanto, precisou ser convocado novamente
nesta semana, já que não compareceu na primeira sessão. Ele teme que seja preso
ao ir à Corte.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/