O ex-governador do Piauí Zé Filho, do PSDB, baixou o nível em
grupo de whatsapp com lideranças políticas do estado. Em um bate boca com a
prima, a deputada estadual Gracinha Mão Santa (PP), Zé Filho, que é o
presidente da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (Fiepi) provocou a
parlamentar, de quem é primo, com frases do tipo "tá menstruada?", "você me
quer?" e "não quero mais te comer".
A discussão, registrada nos prints e divulgada agora pelo Diário
do Poder, começou após a deputada publicar um convite para a convenção
municipal de Parnaíba que deve oficializar a candidatura de Francisco Emanuel
(PP) para prefeito do município.
O convite foi suficiente para que Zé Filho começasse as
provocações. Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que as hostilidades contra
a parlamentar por parte do tucano são recorrentes. A deputada acabou apagando o
convite que enviou no grupo "Jogo do Poder", mas a baixaria não parou.
Gracinha chamou o desafeto de "verme" e disse que excluiu as
mensagens em respeito ao grupo. O vice-prefeito da cidade, Robert Rios, também
participante do grupo, interveio e orientou que os dois fossem discutir no
privado.
O presidente da Fiepi desceu ainda mais o nível da conversa e
retomou as ofensas à prima, "não quero mais te comer", insinuando envolvimento
sexual com Gracinha. Revoltada, a parlamentar disse que os comentários eram
"frustração de drogado" e chamou o adversário de "drogado" e disse que ele
precisava de "tratamento psiquiátrico".
Entenda a briga
Os desentendimentos entre Zé Filho e Gracinha Mão Santa começaram
quando o ex-governador pediu apoio da família Mão Santa para disputar a
prefeitura de Parnaíba. Mão Santa, pai da deputada e atual prefeito da cidade,
decidiu apoiar outro candidato.
A negativa do apoio fez com que Zé Filho se alinhasse ao Partido
dos Trabalhadores, que vai apoiar Dr. Hélio, do MDB. Sem apoio da família, Zé
Filho teria partido para hostilização em qualquer manifestação da parlamentar.
Envolvidos
A reportagem confirmou a veracidade dos prints com a equipe da
deputada. Gracinha Mão Santa negou qualquer envolvimento com Zé Filho e chamou
as insinuações sexuais do ex-governador de "levianas e mentirosas" e que "trata
a mulher como objeto
Veja a nota enviada pela parlamentar:
"Violência política de gênero, manifesta-se em atitudes que para
alguns passam despercebidos, para outros uma brincadeira de mau gosto, desde
ameaças, assédios, xingamentos, interrupções, fake news, e que somadas, essas
atitudes e ações que testemunhamos diariamente tanto em candidatas como
eleitas, são direcionadas às mulheres, simplesmente por serem mulheres, com o
objetivo de desestimular e desencorajar a participação feminina na política!
E quanto a mim?
Respondo que estou preparada contra as agressões, estou pronta
para lutar contra toda opressão, contra todo tipo de misoginia!
Não temo covardes, não temo aqueles que vivem de ódio e inveja, e
muito menos temo políticos ultrapassados, reizinhos que pensam que as mulheres
são objetos disponíveis para seus desejos!
Um dia você aceita o desrespeito a uma deputada estadual, no outro
você aceita o desrespeito à sua mãe, sua irmã, sua avó, e é assim que vai se
banalizando um crime barbaro contra a honra e contra o gênero feminino!
Não aceito desrespeito e não temo o machismo, acredito que esse
tipo de cidadão precisa se tratar e respeitar as decisões ideológicas dos
outros e seguir sua vida!
Sou mulher e sou forte!
Sou mãe, esposa, trabalho muito e vou defender cada vez mais
aqueles que precisam de nós!
Não tenho tempo pra ódio e nem pra rancor!
Quem quiser viver a vida com ódio, orgias e ameaças tem que
prestar contas com Deus e não comigo!
Seguimos firmes de mãos dadas com nossos irmãos piauienses, com
fé, amor, trabalho, respeito e liberdade!"
A reportagem procurou a assessoria de imprensa de Zé Filho e o
próprio ex-governador, que não se manifestou.
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