As diversas mudanças na maneira como os consumidores acessam conteúdo
têm alterado significativamente o panorama midiático. A GloboNews, por exemplo,
enfrenta uma crise de audiência sem precedentes, registrando "índices traço" –
jargão da TV para designar números extremamente baixos, muitas vezes próximos a
zero.
Segundo dados do Painel Nacional de Televisão do Kantar Ibope, revelados
pelo Teleguiado, a GloboNews perdeu 38% da audiência em um mês.
A média de desempenho do canal em 24 horas caiu de 0,13 ponto em maio
para 0,08 em junho. Para dimensionar a crise, vale destacar que cada 1 ponto de
ibope representa cerca de 268 mil domicílios com TV. Isso significa que a
GloboNews atingiu uma média diária de apenas 21.447 residências brasileiras no
mês passado.
A crise de audiência da GloboNews reflete uma mudança nos hábitos de
consumo. Com espectadores preferindo acessar notícias e entretenimento por meio
de plataformas digitais, que oferecem maior flexibilidade e personalização, as
TVs por assinatura têm perdido espaço.
Nem tão fantástico
Os canais de TV aberta também enfrentam desafios. No último domingo (7/7), o
Fantástico, da TV Globo, registrou um recorde negativo no ano. Segundo dados da
Kantar Ibope obtidos pelo Notícias da TV, o jornalístico teve uma média de 14,4
pontos na Grande São Paulo, 2,1 pontos abaixo da semana anterior.
Esse foi o menor índice de 2024 e o terceiro pior dos últimos quatro
anos, superando apenas as edições dos dois últimos domingos do ano passado, 24
e 31 de dezembro, dias tradicionalmente ruins em audiência.
A nova TV é a internet
Dados recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mostram que
quase metade dos clientes abandonou a TV por assinatura nos últimos 10 anos.
Desde 2014, quando atingiu seu auge com 19,6 milhões de assinantes, o serviço
só perdeu clientes. A queda foi de quase 50%, resultando em 9,5 milhões de
consumidores a menos na última década.
A cifra atual, registrada em fevereiro de 2024, é a mais baixa em 14
anos de medição, segundo a Anatel. O total se aproxima do nível mais baixo
registrado em 2010, quando havia 9,6 milhões de assinantes.
Enquanto isso, o principal concorrente, o streaming, tem crescido
significativamente. A Kantar Ibope revelou que, em fevereiro de 2024, o consumo
de vídeos sob demanda representou 30,7% do mercado brasileiro. Os números
mostram que o streaming já supera a TV por assinatura, que representa apenas
8,1% do mercado.
De acordo com os dados mais recentes no Brasil, coletados pela Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2022, cerca de 43,4% (ou 31,1
milhões) de lares brasileiros possuem, ao menos, um serviço de streaming
assinado.
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