Diversos participantes pediram que Nísia Trindade deixe o cargo, mas
alguns apoiadores defenderam sua permanência
Na sexta-feira, 12, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, foi vaiada durante a
cerimônia de abertura de uma conferência de saúde no Rio de Janeiro. Muitos dos
participantes pediram que ela renunciasse ao cargo, embora houvesse também
alguns que defendiam sua permanência.
A 2ª Conferência Estadual de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do
Rio de Janeiro aconteceu no auditório da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ). Lotado, o evento tinha como maioria sindicalistas e
representantes de trabalhadores do Sistema Única de Saúde (SUS).
A secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Isabela
Cardoso de Mattos Pinto, foi quem representou Nísia e também foi alvo de vaias.
Um vídeo que evidencia as vaias recebidas pela ministra durante a
cerimônia foi divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo. Contudo, parece que esse
momento foi eliminado da gravação oficial, que foi postada no canal da
Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Quando o vídeo inicia, as
autoridades já estão posicionadas na mesa de debates.
Durante uma pausa na conferência, a plateia se dividiu entre coros de
"Fora, Nísia" e "Fica, Nísia", além de gritos de "Nísia mentirosa" e "Nísia vai
cair".
Ministra enfrenta críticas
O descontentamento é atribuído, em parte, à proposta do governo de transferir o
controle do Hospital do Andaraí para o município.
Em nota, o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ) diz que o
processo está sendo feito de forma açodada e sem consulta aos profissionais de
saúde. "O que não se admite é a imposição de soluções à moda dos pacotes
autoritários dos tempos sombrios", afirma a entidade.
Desde que assumiu o cargo em janeiro de 2023, Nísia Trindade enfrenta desafios, incluindo pressões do centrão para indicações políticas e liberação de emendas, além de críticas pela demora nas ações de combate à dengue.
As informações são da Revista Oeste.