O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro, negou nesta sexta-feira, 12, qualquer "interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro".
A Polícia Federal investiga a atuação da chamada Abin Paralela durante o governo Bolsonaro. De acordo com o inquérito, Ramagem, pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, gravou uma reunião realizada em 2020 com Jair Bolsonaro e o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, com o objetivo de blindar Flávio Bolsonaro da investigação sobre o esquema de rachadinha.
A investigação da PF aponta que as ações discutidas na reunião se concretizaram, conforme fontes abertas às ações tratadas. A investigação sobre o esquema de rachadinha que teria beneficiado Flávio Bolsonaro foi anulada pela Justiça.
Ramagem defendeu-se afirmando que "a demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial". Em uma publicação em seu perfil no X (antigo Twitter), o deputado criticou a investigação da PF, dizendo que "desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas".
Na quinta-feira, a PF deflagrou a quarta fase da Operação Última Linha, relacionada ao software de monitoramento First Mile. Após a prisão de quatro suspeitos de atuarem na Abin Paralela, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou o sigilo do inquérito, tornando públicos os detalhes da investigação.
Ramagem defendeu a aquisição do sistema First Mile, afirmando que "não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin", e que a aquisição foi regular, com parecer da AGU. Ele destacou que sua gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possíveis desvios de uso para a corregedoria.
O deputado também criticou a lista de autoridades supostamente monitoradas, alegando que "não se encontram em first mile ou interceptação alguma", e que as informações são baseadas em conversas de WhatsApp e impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatórios oficiais contrários à legalidade.
Ramagem insinuou que a operação tem a intenção de prejudicar sua campanha à Prefeitura do Rio de Janeiro: "No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro".
Ele concluiu afirmando que será ouvido pela PF, o que permitirá a instrução devida e a desconstrução de "toda e qualquer narrativa" contrária a ele.
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