A Polícia Federal (PF) investiga a ligação do ex-CEO da Americanas Miguel Gutierrez com seis empresas, sendo uma delas uma offshore nas Bahamas, e a movimentação patrimonial que inclui 19 imóveis, avaliados em R$ 42,5 milhões.
A informação foi divulgada pelo blog do jornalista Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo.
Na prática, a PF avalia se a incorporação desses imóveis ao patrimônio das empresas faz parte de um eventual esquema para proteger bens, supostamente obtidos em meio às fraudes constatadas na varejista em janeiro de 2023, que somaram cerca de R$ 25,2 bilhões.
Procurada pelo site Metrópoles, a defesa de Gutierrez contestou qualquer irregularidade em torno da movimentação do patrimônio do executivo (leia abaixo).
Os investigadores apontam que Miguel Gutierrez reformulou a estrutura de suas empresas, depois de deixar a cúpula das Americanas, em 2022. Essas companhias teriam como atividade a "gestão e administração da propriedade imobiliária" e a "compra e venda de imóveis próprios".
Segundo a PF, após as alterações, apenas um imóvel restou em nome do ex-CEO da varejista. No caso, trata-se de um triplex com quatro vagas na garagem, na Avenida Epitácio Pessoa, entre a Lagoa Rodrigo de Freitas e Ipanema, área nobre no Rio. O apartamento foi avaliado em R$ 15 milhões, embora, em 2022, quando a escritura foi averbada, o valor tenha sido fixado em R$ 9,9 milhões.
Seis empresas
Entre as seis companhias sob análise da PF estão a Sarmiento Consultores, com sede na Espanha. Ela firmou sociedade em 2022 com a Coroa Verde, constituída no mesmo ano. Esta companhia tem sede em Ipanema, no mesmo endereço de uma terceira empresa, a Sogepe.
A PF investiga ainda a atividade de uma quarta firma, a Tombruan. Ela tem como sócia majoritária uma outra empresa de mesmo nome, localizada nas Bahamas. A sexta companhia sob análise da Polícia Federal tem como titulares parentes do ex-CEO da Americanas.
Defesa contesta
Em nota, os advogados do ex-CEO da Americanas informaram que "a defesa nega veementemente a participação de Miguel Gutierrez em qualquer fraude ou prática de atos para ocultar seu patrimônio, que se encontra estruturado de forma absolutamente lícita e transparente".
Segundo a defesa, "todos os esclarecimentos têm sido prestados às autoridades, com quem Miguel segue cooperando, para apurar a verdade sobre o caso Americanas."
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