A pedido dos municípios, o grupo de trabalho do segundo texto de
regulamentação da reforma tributĂĄria propôs mudanças na cobrança do Imposto
sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), um tributo municipal e do Distrito
Federal que é pago pelo comprador do bem.
Segundo o deputado Pedro Campos (PSB-PE), que integra o grupo, o parecer
possibilita que a taxação ocorra no momento da formalização do contrato de
compra e venda. Hoje, a taxação estĂĄ prevista na efetiva transferĂȘncia da
propriedade, que só é concluída após o registro no cartório e a alteração na
matrícula do bem.
"Em relação ao ITBI, o texto original do governo trazia uma mudança do
fato gerador. Nós entendemos, do ponto de vista técnico, que não seria possível
mudar o fato gerador, que é realmente a transmissão do bem. E pelo Código
Civil, a transmissão se dĂĄ no registro do imóvel", afirmou Campos.
"O que é que foi colocado? A
possibilidade de antecipação da cobrança do imposto", continuou o deputado. "E
isso jĂĄ é feito por alguns municípios, dentro da lógica de concessão de
desconto para quem paga o imposto na hora do contrato. E em relação a essa
antecipação, nós colocamos o mesmo marco, que é o marco da formalização do
contrato de compra e venda, do instrumento de transmissão".
De acordo com o deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), a medida vai
coibir "contratos de gaveta". "PassarĂĄ a ser possível a cobrança do ITBI no
registro de contrato de compra e venda", declarou. "VĂĄrios municípios
brasileiros jĂĄ estão fazendo assim: alíquota menor na compra e venda e alíquota
maior no registro." O deputado acrescentou: "Tem muita gente que estĂĄ colocando
contrato de gaveta. Então, é uma maneira de vocĂȘ coibir isso."
Advogados ouvidos pelo Estadão apontaram, no entanto, um alto risco de
judicialização nessa tentativa de antecipação de cobrança – a qual jĂĄ constava
no texto da Fazenda, mas com outra redação.
Benevides foi escolhido pelo GT como relator-geral do projeto. O presidente
da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse na semana passada que o texto deve ser
apreciado no plenĂĄrio após o recesso legislativo. Os deputados do GT, no entanto, tĂȘm pedido
que a Câmara apresse a votação para este mĂȘs.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/