O Supremo Tribunal Federal (STF) negou a medida liminar apresentada
pelos deputados federais Pedro Campos (PSB-PE) e Tabata Amaral (PSB-SP) que
pedia a suspensão do relatório do deputado Pastor Eurico (PL-PE) sobre o
projeto de lei que proíbe o casamento de pessoas do mesmo sexo.
Os deputados pessebistas alegaram que não se trata da discussão quanto à
constitucionalidade material do projeto em si, mas da "impossibilidade da
autoridade coatora submeter à votação proposição legislativa que viola o devido
processo legislativo constitucional, tendo em vista que relega à Comissão,
matéria da competência do Plenário, além da flagrante intenção de alterar e
suprimir cláusula pétrea".
O STF, porém, tomou uma decisão favorável ao Pastor Eurico, rejeitando o
mandato de segurança. A informação foi confirmada pelo próprio deputado em suas
redes sociais.
– Estou muito feliz com a decisão favorável do STF em relação ao Mandado
de Segurança impetrado contra o meu parecer na Comissão da Família. O STF negou
seguimento ao mandado feito por Tabata Amaral, namorada do prefeito João
Campos, do deputado Pedro Campos e outros – escreveu.
Eurico também criticou a ação movida contra ele, dizendo que fere o
processo legislativo, uma vez que o relatório foi apresentado e aprovado pela
Comissão da Câmara, seguindo as normas legislativas.
– Ressalto que os mesmos queriam usurpar o direito de legislar de nós
parlamentares com esse ato, ferindo completamente o processo legislativo
incumbido constitucionalmente aos deputados e deputadas. Nosso parecer foi
votado e REGULARMENTE APROVADO na comissão, tendo ainda um caminho legislativo
para percorrer, portanto, esse Mandado de Segurança é um exemplo clássico de
proselitismo político.
ENTENDA
O relatório foi aprovado na Comissão de Previdência, Assistência Social,
Infância, Adolescência e família (CPASF) em outubro de 2023 e se refere ao
Projeto de Lei 580/07 e aos textos apensados a ele, que considera como
casamento apenas a união entre um homem e uma mulher.
– A relação homossexual não proporciona à sociedade a eficácia especial
da procriação, que justifica a regulamentação na forma de casamento e a sua
consequente proteção especial pelo Estado. Tentar estender o regime de
casamento aos homossexuais é uma tentativa vã de mudar a realidade através de
leis – diz parte do relatório.
Na defesa pela aprovação do projeto, o pastor ainda colocou que o Estado
e a legislação civil não poderão interferir nos critérios e requisitos do
casamento religioso, sendo vedado qualquer constrangimento ao ministro de
confissão religiosa ou violação às normas de seus templos. O objetivo dessa
medida, segundo o relator, é garantir a proteção das instituições e ministros
religiosos.
Depois de ser aprovada na CPASF, a proposta ainda deve ser analisada nas
comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial; e de Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Se for aprovada, seguirá para o
Senado.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/