Jornalista recordou que petista "se vangloriou de ter levado 11
contêineres de acervo" em 2016
Alexandre Garcia, jornalista, recordou que em 2016, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) se orgulhou de ter sido presenteado com inúmeros presentes
diplomáticos durante seus mandatos presidenciais. O comunicador destacou a
diferença entre essa situação e a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL),
ressaltando que, apesar de Lula ter tido que devolver 529 presentes
posteriormente, ele nunca enfrentou processos judiciais por isso.
"Em 2016 ele se vangloriou de ter levando (sic) 11 contêineres de acervo
e disse que entre os presidentes do Brasil, de Marechal Floriano para cá,
ninguém recebeu tanto presente quanto ele. Eu sei que ele devolveu 529
presentes e teve que pagar os outros. Mas não foi processado", argumentou
Garcia em texto no Gazeta do Povo.
O profissional de jornalismo mencionou também ter observado as joias
pelas quais Bolsonaro foi acusado e as caracterizou como de uso pessoal.
"Eu vi as joias pelas quais ele
foi indiciado. Ele ganhou de um príncipe Saudita. Mas é tudo de uso pessoal. É
um anel, são abotoaduras, caneta. O Estado brasileiro não tem dedo para botar
um anel. Não tem punho para abotoadura. É laico, não pode rezar. Mas, enfim,
são coisas da Justiça", ponderou.
Em 2016, o Tribunal de Contas da União (TCU) ordenou que Lula devolvesse
uma parcela dos itens recebidos, resultando na restituição de aproximadamente
R$ 2,258 milhões à União. No entanto, segundo o Estadão, alguns dos luxuosos
objetos que o petista adquiriu ainda fazem parte de seu acervo, incluindo um
relógio da Cartier e outro da Piaget, já que itens de "caráter personalíssimo"
poderiam permanecer com o presidente.
No mês de maio de 2024, o setor técnico do TCU comunicou que,
possivelmente, Lula seria autorizado a manter o relógio da Cartier, cujo valor
estimado é de R$ 80 mil. Isso em razão de considerarem que a norma instituída
em 2016 não poderia ser aplicada de maneira retroativa, uma vez que o objeto
foi presenteado a Lula no ano de 2005. Ainda é necessário que essa decisão do
setor técnico seja submetida ao plenário do TCU.
Por sua vez, o órgão exigiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
retornasse as joias sauditas que recebeu em 2021. Jair Bolsonaro (PL) e outros
11 colaboradores foram indiciados pela Polícia Federal (PF) em relação ao
suposto caso de venda de joias da Presidência da República.
A Operação Lucas 12:2, que resultou em indiciamentos, identificou que o
político, seu ex-auxiliar e mais dois assessores "atuaram para desviar
presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-presidente para
posteriormente serem vendidos no exterior".
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/