Os motoristas de aplicativo, que até agora gozavam de isenção do ISS,
estão prestes a enfrentar mudanças significativas. Uma nova proposta de
regulamentação vem à tona, sugerindo transformações profundas na tributação
desses profissionais. Vamos explorar o que isso realmente implica e como poderá
afetar o dia a dia desses trabalhadores.
O projeto recém-apresentado pela Câmara propõe a implementação do IBS e
do CBS, que são, respectivamente, o Imposto sobre Bens e Serviços e a
Contribuição sobre Bens e Serviços. Essas medidas visam aumentar a base de
contribuição, porém, com impacto considerável sobre os rendimentos dos
motoristas de aplicativos.
Quais serão as novas alíquotas para os
motoristas de aplicativo?
O Artigo 21 do novo projeto de regulamentação é claro: os motoristas de app
terão que entregar 26,5% de seus ganhos brutos em impostos. Importante
ressaltar que essa porcentagem não leva em conta despesas recorrentes que esses
profissionais têm, como combustível, seguro e manutenção do veículo.
Como fica a renda líquida dos
motoristas com as novas tributações?
Com a aplicação deste novo regime tributário, o cálculo da renda líquida
dos motoristas após os impostos e despesas operacionais é desanimador. A
estimativa é que restará para os motoristas apenas cerca de R$13 a R$33 de cada
R$100 ganhos. Isto representa uma redução drástica, que poderá reconfigurar a
viabilidade econômica da profissão para muitos desses trabalhadores.
Impacto a longo prazo da Reforma
Tributária nos motoristas de aplicativo
A longo prazo, essas mudanças nos impostos podem ter várias consequências. Mesmo
que aparentemente se justifique no quadro de uma maior equidade fiscal, o fator
desmotivador para novos e atuais motoristas é palpável. Poderia isso conduzir a
uma redução na oferta de motoristas de aplicativo, afetando não apenas os
trabalhadores, mas também os usuários do serviço?
Outra questão que se releva é a possível necessidade de ajustes nos
valores cobrados por corrida, que poderia levar a um aumento nos custos para os
usuários. Esse ajuste nos preços pode, consequentemente, influenciar a demanda
pelo serviço, fechando um ciclo que pode não ser benéfico para nenhuma das
partes envolvidas.
É fundamental que, tanto motoristas quanto usuários, estejam atentos à
tramitação deste projeto e se mobilizem para debates e discussões. Afinal, uma
mudança com impactos tão amplos pede uma análise cuidadosa e muito diálogo para
que todas as partes afetadas possam se adaptar à nova realidade fiscal.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/