A amizade de longa data entre o presidente Lula (PT) e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro – e a famigerada presença do líder do regime autoritário em solo brasileiro, com direito a toda pompa – permanece no noticiário. Na última quinta-feira (1º), o jornal uruguaio El País condenou o comportamento do anfitrião e disse que Lula parece estar parado no tempo.
Em resposta à fala do petista classificando como "narrativas" as crises humanitárias e as severas violações aos direitos humanos que assolam a Venezuela, o jornal foi contundente e descreveu este gesto de Lula como "estratégia que leva ao fracasso".
– O presidente brasileiro parece não perceber quanto o mundo mudou na última década e, com sua tentativa de "pintar" Maduro, prejudicou seriamente sua ambição de ser o líder e porta-voz da região – disse o editorial.
Diante deste constrangimento, onde chefes de Estado presentes em solo brasileiro se furtaram a condenar todo este enaltecimento a uma figura que afronta a liberdade, a democracia e os direitos individuais, a publicação destacou apenas dois líderes que foram contra a posição de Lula: o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e o presidente do Chile, Gabriel Boric, que apesar de esquerdista, não coadunou com a leniência do petista a Maduro.
– Não há espaço para duas opiniões, a Venezuela é uma ditadura, e os direitos humanos são sistematicamente violados lá – enfatizou o El País.
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