O dólar à vista ultrapassou a barreira dos R$ 5,65 nesta segunda-feira,
1º, e encerrou a sessão no maior valor em dois anos e meio, com profissionais
do mercado citando novamente o desconforto com a política fiscal do governo
Lula como principal motivo para a demanda pela moeda norte-americana, em um dia
marcado ainda pelo avanço da divisa dos EUA no exterior.
O dólar chegou aos R$5,70 na terça-feira, 2, e renovou o recorde em 30
meses. O patamar não era visto desde 5 de janeiro de 2022, quando a moeda
fechou em R$5,716. A desvalorização do real frente à divisa americana se dá em
um momento de cautela no mercado, com investidores repercutindo negativamente
as últimas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Já na quarta-feira (03) um dia após atingir novo recorde, o dólar
comercial operou com forte baixa perante o real em meio à expectativa pela
reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministros da área
econômica para tratar do câmbio e da situação fiscal, enquanto no exterior o
dólar também sustentou baixas ante a maior parte das demais divisas. Além
disso,dados positivos do PMI de serviços por aqui contribuem para a queda da
moeda americana. Já o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário
brasileiro, encerrou o dia com alta de 0,82%, a 125.804,68 pontos, maior
patamar de fechamento desde 21 de maio.
Dados econômicos dos EUA na quarta-feira apontaram para uma moderação do
mercado de trabalho e ampliaram o otimismo dos investidores por um corte na
taxa de juros do Federal Reserve ainda neste ano, o que também ajudou na forte
queda da divisa norte-americana no Brasil. Quanto mais o banco central dos EUA
cortar os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos
interessante quando os rendimentos dos Treasuries diminuem.
Na quinta-feira (04) o dólar seguiu operando em forte baixa frente ao
real ampliando as perdas da véspera, à medida que diminui a preocupação dos
investidores com o quadro fiscal brasileiro após falas do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva que reafirmaram o compromisso do governo com as contas
públicas. O dólar teve forte queda no Brasil na quinta-feira, voltando
para abaixo de R$ 5,50, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter
interrompido, na véspera, a série recente de ataques ao Banco Central e à
política monetária, reforçando, por outro lado, o compromisso do governo com o
equilíbrio fiscal.
Houve mudança evidente do tom que vinha sendo utilizado pelo governo na
segunda e na terça-feira. Então, o mercado se desarmou na quarta-feira, com a
bolsa subindo, a curva de juros cedendo bem e o real se apreciando bastante,
pontuou pela manhã Paulo Gala.
O Ibovespa abriu a sessão desta sexta-feira, 5, em queda de 0,38% aos
126.639 pontos. O destaque do dia é o payroll (relatório de desemprego) nos
Estados Unidos, que é equivalente ao nosso Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), e serve como termômetro da economia americana.
A apreciação do real frente ao dólar na véspera foi atribuída às sinalizações
de cortes de gastos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O corte de R$26 bilhões visa cumprir o arcabouço fiscal, que estabelece
regras para que o governo não gaste mais do que arrecada. Segundo o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad (PT), os cortes ocorreram através da identificação de
benefícios sociais pagos de forma irregular, como aposentadorias por invalidez,
auxílio-doença e Bolsa Família.
Às 11h05, o dólar comercial operava em alta de 0,71%, a R$5,525 na
compra e R$5,526 na venda. Após dados de emprego nos EUA mostrarem um mercado
em desaceleração, ainda que mais resiliente do que os analistas esperavam. A
moeda americana chegou a subir firme e atingiu a máxima de R$5,533 ante o real,
mas no final da manhã o movimento arrefeceu e a moeda passou, novamente, a
desvalorizar. Às 12h49 a moeda americana caía 0,11%, a R$5,480. Às 14h, o dólar
caía 0,06%, cotado a R$ 5,4838. O índice serve como termômetro da economia
local e trouxe uma surpresa positiva no avanço da taxa de desemprego, que subiu
de 4% em maio para 4,1% em junho, o que mostra um mercado de trabalho menos
aquecido.