A regulamentação da reforma tributária sobre o consumo trará medidas
para evitar a alta no preço de medicamentos. Um total de 383 substâncias, que
também inclui vacinas, terão isenção do Imposto sobre Valor Adicionado (IVA).
Além disso, 850 princípios ativos terão alíquota reduzida em 60%.
Entre os medicamentos com isenção, estão, além das vacinas contra
covid-19, dengue, febre amarela, gripe, cólera, febre amarela, poliomielite e
sarampo, substâncias como a insulina (usada para diabetes) e o antiviral
abacavir (usado contra o HIV). Também não pagará imposto o citrato de
sildenafilia (usado para tratar disfunções eréteis).
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Entre os princípios ativos com alíquota reduzida, estão o omeprazol
(tratamento de refluxos e úlceras digestivas), o ansiolítico lorazepam, o
medicamento para pressão alta losartana, a metmorfina (usada para diabetes), o
anti-inflamatório, antialérgico e o antirreumático prednisona e o medicamento
para impotência sexual tadafilia.
O projeto de lei complementar regulamenta a cobrança do Imposto sobre
Valor Adicionado (IVA). Esse tributo é composto pela Contribuição sobre Bens e
Serviços (CBS), arrecadada pelo governo federal, e pelo Imposto sobre Bens e
Serviços (IBS), de responsabilidade dos estados e dos municípios. A expectativa
do governo é aprovar o texto até o fim de julho na Câmara e até o fim do ano no
Senado.
Pela proposta do governo, a alíquota média ficará em 26,5%. Caso haja a
redução de 60% para a alíquota geral, os medicamentos com o benefício pagarão
apenas 10,6% de imposto.
Mesmo com a regulamentação, o novo sistema tributário levará tempo para
chegar ao bolso do cidadão. A transição dos tributos atuais para o IVA começará
em 2026 e só será concluída em 2032. Somente em 2033, o sistema entrará
plenamente em vigor.
Fim
da cumulatividade
Em entrevista coletiva para explicar o projeto de lei complementar, o
secretário extraordinário de Reforma Tributária do Ministério da Fazenda,
Bernard Appy, disse que a aprovação da proposta como enviada pelo governo
permitirá "uma redução relevante de custos" dos medicamentos. Além da redução
ou isenção de alíquotas, ele destacou que o fim da cumulatividade (cobrança em
cascata) resultará em preços mais baixos.
"Não só por causa das alíquotas, mas hoje tem a cumulatividade que vai
deixar de existir. Quando o medicamento com [cobrança de] ICMS [Imposto sobre a
Circulação de Mercadorias e Serviços, que vai deixar de existir] vai para
alíquota reduzida, há uma redução grande, de 20% para 10% [na carga
tributária]. Se [atualmente] já tem alíquota zero, continua isento, mas ganha
porque não tem mais cumulatividade", afirmou Appy. (Agência Brasil)
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/