O Papa Francisco alertou contra a legalização das drogas e chamou
traficantes de "assassinos" em discurso durante sua audiência semanal na praça
de São Pedro, no Vaticano, nesta quarta-feira, 26. A fala do pontífice se deu
no contexto do Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas,
instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1987 e celebrado nesta
quarta-feira.
"A redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da
liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão, como foi proposto por alguns,
ou já implementado, em alguns países. Se for liberalizada o consumo será
maior", disse.
O religioso comentou sobre a necessidade de prevenção, ensinando aos
jovens os "valores que constroem a vida pessoal" e dando suporte as pessoas que
já estão em vício.
"Não podemos ignorar as intenções e más ações dos distribuidores e
traficantes de drogas. Eles são assassinos", disse o Papa, que deu continuidade
a fala sobre traficantes pouco depois, chamando-os de "traficantes da morte".
"Quantos traficantes de morte existem, porque os traficantes de drogas
são traficantes de morte! – quantos traficantes de morte existem, movidos pela
lógica do poder e do dinheiro a qualquer custo! Esta praga, que produz
violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem de toda a nossa
sociedade", disse.
Francisco também destacou o impacto da produção e do tráfico das
substâncias no meio ambiente. "Isto tem se tornado cada vez mais evidente na
bacia amazônica".
O Papa não falou especificamente sobre nenhuma droga e nem fez
diferenciação entre as drogas consideradas "pesadas", como cocaína, ou drogas
consideradas "leves" como a maconha, legalizada em diversos países par uso
recreativo.
Nesta terça-feira, 25, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu
descriminalizar o porte da maconha para uso pessoal no Brasil. Mesmo com a
maioria para extinguir a penalidade já formada, a Corte ainda vai decidir
alguns critérios que terão impacto em decisões judiciais futuras.
Nesta quarta, discussão segue para definição de uma quantidade fixa da
substância para diferenciar o consumo próprio da prática de tráfico e o
resultado oficial.
Com o resultado, fumar maconha continua proibido, porém sua penalidade
se dará no âmbito administrativo, ou seja, não pode render penas criminais.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/