O dólar subia frente ao real nesta
terça-feira, 25, em linha com seus ganhos em mercados globais, à medida que os
investidores analisavam a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária
(Copom), e aguardavam uma série de dados de inflação nesta semana.
Por volta das 16h30, o dólar à vista
subia 1,10%, a R$ 5,451 na venda.
Nesta terça, o dólar recuperava sua
força após uma sessão marcada por perdas generalizadas na véspera, o que
refletia em sua alta no Brasil. O índice do dólar — que mede o desempenho da
moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,11%, a
105,630.
O avanço da divisa norte-americana
também podia ser visto em países emergentes, com destaque para a alta de 0,39%
em relação ao peso mexicano e a valorização de 0,24% ante o rand sul-africano.
Na segunda-feira, o dólar à vista
encerrou o dia cotado a R$ 5,3904 na venda, em baixa de 0,94%, após ter
atingido na quinta-feira passada o maior valor de fechamento em quase dois
anos.
Ata do Copom
No cenário doméstico, o mercado analisava a ata da reunião do Copom na semana
passada, quando os membros do BC decidiram manter a taxa Selic em 10,50% ao
ano, interrompendo um ciclo de sete cortes de juros consecutivos.
No documento divulgado nesta
terça-feira, as autoridades aprofundaram pontos levantados na semana anterior,
reiterando uma postura de cautela diante de um ambiente global incerto e
cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação de projeções
de inflação e expectativas desancoradas.
A postura do BC atraiu críticas do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, o que, junto de
preocupações do mercado com as contas públicas brasileiras, impulsionaram o
dólar no Brasil.
"No dia de hoje, a ata mais firme do
Copom sugere a possibilidade de que nós teremos uma pressão baixista (para o dólar)",
disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
"Por outro lado, faz algum tempo que a
percepção de risco se mantém elevada e o comunicado do Copom na semana passada
não conseguiu amenizar essa situação", acrescentou.
Nesta semana, os investidores ainda
voltam suas atenções para a divulgação de novos dados de inflação, em busca de
sinais sobre o processo de controle dos preços a nível global.
O mercado nacional analisará na
quarta-feira novos dados do IPCA-15 para junho, com expectativa de analistas
consultados pela Reuters de alta de 0,45% na base mensal, ante 0,44% no mês
anterior.
No cenário externo, os investidores
estarão atentos à divulgação na sexta-feira de números do índice PCE de maio, o
indicador de inflação preferido do Federal Reserve. Analistas projetam
estabilidade, ante alta de 0,3% em abril.
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