Foto: Reprodução/Arte/Metrópoles.
Há exatamente um ano, a Guarda Costeira dos Estados Unidos anunciou a morte dos cinco tripulantes do submarino Titan, após quatro dias de buscas que chamaram a atenção do mundo.
Operado pela empresa OceanGate Expeditions, o submergível desapareceu em 18 de junho, poucas horas depois de iniciar a descida no Oceano Atlântico rumo aos destroços do Titanic, próximo à costa de Terra Nova, no Canadá.
Com uma passagem que custou US$ 250 mil por pessoa, a tripulação era composta por cinco pessoas: os bilionários Hamish Harding, Shahzada Dawood e o filho Suleman Dawood; o CEO e fundador da OceanGate, Stockton Rush; além do especialista no navio Titanic, Paul-Henri Nargeolet.
Por volta das 8h (horário local), o submarino de 6,7 metros, construído com fibra de carbono e titânio, iniciou a descida a 3,8 mil metros abaixo do nível do mar rumo aos destroços do Titanic, que naufragou em 1912. A expectativa era de que o submergível retornasse à superfície por volta das 15h.
Contudo, cerca de 1h45 minutos após submergir, o navio de apoio, que guiava o submarino por meio de mensagens de texto, perdeu a comunicação com o Titan.
Às 15h, horário programado para o retorno, o submarino continuava incomunicável e não voltou à superfície. O navio Polar Prince, que guiava o Titan, aciona a Guarda Costeira e informa sobre o atraso. As buscam, então, se iniciam.
Segundo a Guarda Costeira, o submarino, que era controlado por uma espécie de controle de videogame que custava cerca de 42 euros, tinha um estoque de 96 horas de oxigênio.
Autoridades dos Estados Unidos e Canadá buscam sinais do Titan na superfície do Oceano Atlântico. Segundo o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, as equipes ainda utilizavam sonares para detectar sons em áreas profundas do oceano.
Navios comerciais e aviões também foram mobilizados para participar da operação.
Por volta de 10h, o navio Atalante equipado com robôs subaquáticos, da França, se junta as buscas. Uma operação abaixo do nível do mar foi iniciada após as equipes vasculharem uma área do tamanho da cidade de Connecticut (EUA) na superfície do Oceano Atlântico.
Documentos do governo dos EUA sobre o incidente indicam que sons de batidas foram identificadas pelos sonares debaixo da água.
Nesse momento, o submarino Titan contava com menos de 40 horas de oxigênio, segundo o capitão da Guarda Costeira dos EUA, Jamie Frederick.
Os Estados Unidos confirmam que a aeronave canadense Lockheed P-3 Orion detectou ruídos subaquáticos na área de busca e que veículos operados remotamente foram enviados até o local para investigar os sons. Os dados coletados foram encaminhados para especialistas da Marinha americana para análise.
No entanto, o capitão Jamie Frederick disse não ser possível confirmar se os ruídos estavam ligados ao submarino Titan.
Após quatro dias de busca, a reserva de oxigênio do submarino expirou na quinta-feira pela manhã, segundo estimativa da Guarda Costeira dos EUA.
Por volta de 14h, os primeiros destroços do Titan são encontrados pelas autoridades que participavam das buscas. Elas estavam localizadas em cinco regiões diferentes do oceano, a cerca de 500 metros da proa do Titanic.
Cerca de uma hora depois, a Guarda Costeira dos EUA confirmou que o submarino enfrentou "uma implosão catastrófica", que não deixou sobreviventes.
Uma semana após a confirmação da implosão do Titan, que resultou na morte dos cinco tripulantes, a Guarda Costeira dos EUA convocou um Conselho de Investigação da Marinha (MBI) para determinar o que causou a tragédia com o submersível.
Além de descobrir o que causou a implosão, as autoridades passaram a trabalhar para determinar se houve negligência, incompetência, violação intencional de leis, má conduta por parte da empresa ou de oficiais ou mesmo de órgãos reguladores.
A Guarda Costeira também afirmou que a investigação buscava mostrar se novas leis ou regulamentos precisavam ser revisados ou implementados para evitar tragédias semelhantes.
Autoridades dos EUA afirmam que os destroços restantes do Titan foram recuperados do fundo do mar, no Oceano Atlântico.
Além disso, a Guarda Costeira do país afirmou que "supostos restos humanos adicionais foram cuidadosamente recuperados" do que restou do submarino.
Todo o material coletado foi enviado para um porto dos EUA, onde foi catalogado e seguiu para análise.
Após quase um ano de investigações, a Guarda Costeira dos EUA anunciou que as investigações sobre o acidente com o submarino Titan levaria mais tempo do os 12 meses previstos inicialmente.
"Vários fatores ampliaram o prazo original de 12 meses para a investigação. Estas incluem a necessidade de contratar duas missões de salvamento para garantir provas vitais e os extensos testes forenses necessários, o que levou aos atrasos necessários", disse o órgão em nota.
A Guarda Costeira afirmou que até o fim de 2024 pretende realizada uma audiência pública, onde detalhes do caso serão revelados ao público.
Fonte: Créditos: Metrópoles.