Alta do dólar e fatores climáticos são considerados na nova projeção
O jornal O Globo informou nesta sexta-feira, 21, que bancos, consultorias e corretoras estão prevendo um aumento no preço dos alimentos de 4,5% a 7,5% para 2024. A estimativa anterior era de um aumento de 3,5%.
O porcentual atualizado é superior à inflação geral, que se espera encerrar o ano perto de 3,96%, de acordo com o Boletim Focus lançado na última segunda-feira, 17.
No ano de 2023, houve uma queda de 0,52% nos preços dos alimentos. A alta registrada neste ano está relacionada com a intensidade do fenômeno El Niño, as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, a chegada antecipada do La Niña, além do aumento do valor do dólar.
Inflação dos alimentos é influenciada por fatores climáticos
Não se espera uma diminuição significativa nos preços de produtos como arroz, legumes, verduras e frutas no segundo semestre. Carnes e leite, que se tornaram mais acessíveis nos últimos doze meses, podem experimentar um aumento novamente.
A possibilidade de aumento nos preços dos alimentos é vista como um risco extra no panorama do Banco Central pelos economistas. A entidade responsável pela política monetária, que busca controlar a inflação por meio do ajuste das taxas de juros, já cessou a redução da Selic, devido à valorização do dólar e riscos fiscais – que se referem aos gastos excessivos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com O Globo, a previsão de aumento da alimentação no domicílio em 2024 foi revisada de 3,5% para 4,5% pela Tendências Consultoria, em razão dos impactos do El Niño e das chuvas no Rio Grande do Sul.
Nesta época do ano, os alimentos in natura que geralmente teriam uma redução de preços se tornaram mais caros. Como resultado, o custo da alimentação domiciliar em doze meses, que impacta mais as famílias de baixa renda, está aumentando e já está afetando as expectativas de inflação para este ano e o próximo.
Previsões econômicas para 2024
O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, prevê um aumento de 7,5% no custo da alimentação domiciliar em 2024, um valor próximo da média histórica anual de 7,3%.
O Santander emitiu um relatório alertando que a transição acelerada do El Niño para o La Niña pode afetar as colheitas de grãos na América do Sul, resultando na subida dos preços dos alimentos. Conforme indicado pelo banco, houve um aumento nos preços da soja e do milho nas três últimas incidências do La Niña.
Mesmo antes da influência do La Niña, as elevadas chuvas no Sul, resultantes do El Niño, já haviam aumentado os preços dos alimentos frescos. As estatísticas do IBGE indicam que o preço do arroz aumentou 26% nos doze meses até maio, e a batata inglesa viu um aumento de 57,94%.
Fonte: As informações são da Revista Oeste.