Um estudo de pesquisadores alemães identificou um novo biomarcador da doença de Alzheimer.
A doença ocorre por alterações patológicas no cérebro. Acumulam-se aglomerados de proteínas tóxicas que danificam as células nervosas.
Estes são pequenos fragmentos de proteínas, os chamados peptídeos beta-amilóides, que são depositados no cérebro anos antes do aparecimento dos sintomas.
Mas agora, a equipe demonstrou pela primeira vez que a concentração da proteína TREM2 no fluido nervoso aumenta significativamente numa fase inicial da doença.
Os pesquisadores publicaram a descoberta na revista EMBO Molecular Medicine.
O gene TREM2 é importante para o funcionamento de fagócitos do cérebro, chamados células microgliais.
As células microgliais tĂȘm uma espécie de função sentinela no sistema imunológico do cérebro e garantem a eliminação do material tóxico.
Em pacientes com alterações genéticas que levam à perda de TREM2, os pesquisadores conseguiram demonstrar que os fagócitos não são mais capazes de remover depósitos de amiloide e também material de células mortas.
No seu estudo, os investigadores examinaram um total de mais de 400 pacientes com doença de Alzheimer, que tinha progredido em graus variados, bem como um grupo de pessoas saudĂĄveis.
Entre outras coisas, eles analisaram o líquido espinhal deles.
A anĂĄlise dos dados mostrou que um fragmento da proteína TREM2 foi mais detectĂĄvel no líquido espinhal nas pessoas que apresentavam apenas comprometimento cognitivo leve.
Em pacientes com demĂȘncia avançada, entretanto, a concentração foi novamente menor.
O estudo não fornece uma resposta conclusiva sobre se o aumento do nível de TREM2 é a causa ou consequĂȘncia da progressão da doença.
No entanto, os pesquisadores suspeitam que o aumento do TREM2 seja uma resposta das células microgliais às lesões iniciais nas células nervosas do cérebro.
Eles acreditam que a descoberta pode facilitar a identificação da doença em um estĂĄgio inicial para que assim possa ser possível o tratamento precoce.
Fonte: Catraca Livre