Nesta quinta-feira, 20, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do
Rio de Janeiro (Alerj) arquivou o processo de quebra de decoro parlamentar
contra a deputada Lucinha (PSD).
A decisão, que contou com quatro votos a favor e dois contra, ocorre em
meio a graves acusações de envolvimento com a milícia de Luiz Antônio da Silva
Braga, conhecido como Zinho. Lucinha e sua ex-assessora, Ariane Afonso Lima,
foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por
participarem do núcleo político da milícia de Zinho. Segundo a denúncia,
Lucinha e Ariane atuavam para defender os interesses da organização criminosa
junto ao poder público.
A denúncia, assinada pelo procurador-geral de justiça Luciano Mattos,
inclui diálogos entre a deputada e Domício Barbosa de Souza, o Dom, que revelam
a interferência da parlamentar em favor da milícia. Em uma das mensagens, Dom
pede ajuda a Lucinha para liberar milicianos presos.
O processo contra Lucinha no Conselho de Ética começou em abril de 2024,
mas a fase de instrução processual foi encerrada no início de junho, após o
depoimento da deputada. Isso gerou críticas sobre a celeridade com que o
processo foi conduzido, já que nem todas as provas foram analisadas.
Dom, conhecido como "professor" e "Toreto", era responsável pela
administração dos recursos financeiros da milícia. Ele foi identificado como o
elo entre Zinho e Lucinha, com evidências apontando que a deputada
compartilhava informações privilegiadas com a milícia. As investigações
revelaram que Lucinha ajudava na liberação de milicianos presos e fornecia
detalhes sobre a agenda de visitas do prefeito Eduardo Paes à Zona Oeste,
facilitando a atuação da milícia.
Apesar dessas evidências, o relator do processo, Vinícius Cozzolino
(União Brasil), argumentou que as provas não demonstravam uma conexão direta
entre Lucinha e a milícia, criticando o MP por tentar influenciar a votação com
a denúncia apresentada dias antes. Em nota, Lucinha classificou as acusações
como uma perseguição política, afirmando que sua inocência será comprovada.
O caso agora será enviado à mesa diretora da Alerj, que decidirá se será
levado ao plenário ou arquivado definitivamente.
agoranoticiasbrasil.com.br/