A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou proposta que libera os jogos de azar no Brasil, como bingo, jogo do bicho, apostas em corridas de cavalos (turfe) e cassino. Foram 14 votos a favor e 12 votos contrários. A votação aconteceu na tarde desta quarta-feira (19).
O projeto cria regras para a exploração e mecanismos de fiscalização e controle dos jogos. Também estabelece a tributação das casas de apostas e de prêmios, além de uma série de direitos aos jogadores.
A proposta havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados em 2022 e enfrentou obstáculos durante a passagem pelo Senado Federal.
Com a aprovação pela CCJ da Casa, o texto seguirá para a análise do plenário do Senado Federal. Se aprovado da forma como está, será enviado para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), uma vez que não houve alterações no conteúdo do texto pelos senadores.
A proposta aprovada pela CCJ do Senado autoriza a prática e a exploração no Brasil de jogos de cassino, jogos de bingo, jogos de videobingo, jogos online, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalos (turfe).
O relator do projeto, senador Irajá Abreu (PSD-TO), defendeu que os jogos de azar representam uma "atividade econômica relevante" no país e que, em razão disso, devem estar "sujeitos à regulamentação pelo Estado". "O principal benefício do projeto é permitir que uma atividade econômica que já é praticada mesmo na contravenção passe ao controle do Estado, mitigando eventuais vínculos entre os jogos de azar e o crime organizado", afirmou.
De acordo com Abreu, a criação de regras para os jogos de azar também "abre caminho" para que o vício em apostas seja enfrentado como um "verdadeiro problema de saúde pública, com o direcionamento de parte da arrecadação para mitigar essa externalidade negativa".
A empresa precisa atender a requisitos específicos para obter uma licença de operação, incluindo a comprovação da origem lícita dos recursos e a garantia de um capital mínimo:
- Para bingo: R$ 10 milhões
- Para cassinos: R$ 100 milhões
- Para jogo do bicho: R$ 10 milhões
As licenças serão concedidas de acordo com critérios estabelecidos pelo ministério, podendo ser permanentes ou por prazo determinado. A operação poderá ser autorizada apenas em locais específicos ou previamente designados, conhecidos como zonas de jogos. Essas autorizações são intransferíveis e não podem ser negociadas.
A oferta dos jogos só será permitida em estabelecimentos físicos ou virtuais que forem autorizados pelo governo federal.
De acordo com a proposta, caso não haja regulamentação dos critérios de licenciamento dentro de 12 meses após a entrada em vigor da lei, temporariamente será permitida a oferta de bingo e jogo do bicho.
Gazeta Brasil