O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor do projeto de lei que propõe
equiparar a pena para o crime de aborto ao homicídio simples, rebateu as
críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que a discussão
está sendo transformada em ataque pessoal.
"É realmente triste ver você transformando uma discussão tão séria em um
ataque pessoal", disse o deputado em nota.
Em entrevista à CBN nesta terça-feira (18), o presidente se posicionou
contrário ao aborto, mas rebateu a ideia de que vítimas de estupro sejam
obrigadas a manter gestações fruto do abuso. Lula ainda criticou o autor do
projeto.
"O cidadão diz que fez o projeto para testar o Lula. Eu não preciso de
teste. Quem precisa de teste é ele. Eu quero saber se uma filha dele fosse
estuprada, como ele ia se comportar. Então, quero muita maturidade nessa
discussão", afirmou o presidente.
O parlamentar respondeu à indagação do petista: "Quanto ao que você
faria se minha filha fosse estuprada, deixe-me ser claro: um estuprador não é
pai, uma criança não é mãe, e um bebê de 22 semanas não é descartável. O aborto
não é a solução!"
Sóstenes também comentou a declaração de Lula sobre o projeto se tratar
de um teste. "Ironia do destino, o verdadeiro teste é a sua habilidade de
enfrentar questões morais com seriedade. Transformar uma questão de vida ou
morte em um jogo político é desrespeitoso", afirmou.
O deputado ainda mencionou o caso do filho do presidente, Luis Cláudio
Lula da Silva, denunciado por sua ex-companheira por agressão física e
psicológica.
"Meus filhos sempre foram ensinados nos caminhos do Senhor, aprendendo a
distinguir o que é bom e reto. Infelizmente, parece que esses princípios não
foram transmitidos na sua casa, considerando que seu próprio filho foi
denunciado por agredir a esposa. Talvez, ao invés de atacar os valores dos
outros, você devesse refletir seriamente sobre os valores que ensinou em sua
própria família."
Sóstenes reiterou a defesa à matéria de sua autoria, dizendo que o
objetivo não é "punir vítimas, mas proteger a vida que já existe".
"É verdade que muitas meninas são violentadas dentro de casa, e isso é
uma tragédia que deve ser combatida com rigor. Mas a resposta não pode ser a
eliminação de uma vida inocente", disse o deputado.
"Se você está disposto a debater essa questão de maneira séria e
respeitosa, estou à disposição. Caso contrário, suas palavras vazias só servem
para expor sua falta de compromisso com a verdade e a justiça", finalizou.
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