O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, indicou que
pretende aprovar a taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50.
No entanto, mesmo discordando da medida, afirmou que sancionará a proposta para
manter a "unidade" entre o governo e o Congresso Nacional.
Em entrevista à Rádio CBN nesta terça-feira, 18, Lula afirmou que "essa
é uma disputa muito estranha". "Por que taxar US$ 50? Por que penalizar os mais
pobres e não aqueles que gastam mil dólares em free shops?", questionou. Ele
destacou que considera uma questão de consideração com as pessoas mais humildes
e que essa foi sua principal divergência em relação à proposta.
Lula mencionou que, após seu veto inicial, tentou negociar um acordo com
o Congresso. "Assumi o compromisso com Haddad de aceitar a inclusão de
PIS/Cofins, resultando em uma cobrança de 20%", disse. "Isso está garantido",
enfatizou.
Embora tenha sinalizado a aprovação do projeto, Lula expressou que ainda
possui divergências. "Estou fazendo isso pela unidade entre o Congresso e o
governo, atendendo ao desejo de muitos. Mas, pessoalmente, acho errado taxar as
pessoas humildes que gastam apenas US$ 50", comentou.
Lula também rebateu as críticas dos empresários sobre o tema, afirmando
que, muitas vezes, eles não discutem com o governo, mas preferem negociar
diretamente com os congressistas.
O presidente ainda revelou sua irritação com a forma como o tema foi
levado à votação. "Essa emenda foi incluída no programa Mover, que não tinha
relação com isso. Foi um "jabuti" inserido no Congresso Nacional, e agora
precisamos transformar esse "jabuti" em realidade", reclamou. "É necessário
levar mais a sério as queixas de alguns setores empresariais", acrescentou.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/