A empresa de câmeras de segurança doméstica Ring, de propriedade da Amazon, foi acusada quarta-feira (31) pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) de invasão de privacidade dos seus usuários. O ilícito consistia em "permitir que milhares de funcionários e contratados assistissem a gravações de vídeo dos espaços privados dos clientes".
Comprada pela Amazon em fevereiro de 2018, a Ring é uma empresa com sede na Califórnia que vende uma linha de produtos de segurança doméstica, como campainhas com vídeo, câmeras e sistemas de alarme. A empresa promove seus produtos destacando a possibilidade de "Ver sua casa. Longe de casa", com imagens de câmeras em ambientes internos.
De acordo com uma ordem judicial, proposta pela agência de proteção do consumidor ao Tribunal do Distrito de Colúmbia, em Washington D.C., a Ring terá que deletar todas as informações produzidas ilegalmente pelos vídeos que revisou, como dados, modelos e algoritmos. Sem contar a adoção de controles de segurança mais rigorosos, para restringir o acesso de empregados a esses vídeos íntimos.
O que diz a Ring sobre as acusações da FTC?
Segundo as informações da FTC, até setembro de 2017, todos os funcionários da Ring e de uma terceirizada com sede na Ucrânia tinham acesso irrestrito a vídeos dos clientes. E a situação continuou, mesmo depois que a Amazon comprou a empresa. Além disso, diz a agência, a Ring não adotou proteções básicas de segurança, o que expões os conteúdos também à possíveis ataques hacker.
Em uma postagem em seu blog, a Ring diz que chegou a um acordo com a FTC, e garante que as reclamações da agência governamental "se baseiam em questões que a Ring tratou prontamente por conta própria, bem antes de a FTC iniciar sua investigação".
Embora discorde das afirmações da FTC e negue a violação de qualquer lei, a Ring entende que o acordo resolve definitivamente esse assunto.
Ars Technica FTC