O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, convocou uma
audiência para discutir o cumprimento da decisão que proibiu o orçamento
secreto. A sessão, marcada para o início de agosto, contará com a presença de
membros da Câmara, do Senado e do governo federal.
Além desses, participarão também representantes da Procuradoria-Geral da
República (PGR), do Tribunal de Contas da União (TCU) e do partido PSOL, que é
o autor da ação.
Em abril deste ano, Dino já havia solicitado que os presidentes da
República, do Senado e da Câmara se pronunciassem sobre o assunto. Após
analisar as respostas, o ministro afirmou que há um esforço dos Poderes
Legislativo e Executivo em cumprir as ordens judiciais, mas ressaltou que os
acontecimentos ainda precisam ser esclarecidos de forma definitiva.
Dino enfatizou que alterações nominais não são suficientes para
constitucionalizar práticas julgadas inconstitucionais pelo STF.
O orçamento secreto era um mecanismo pelo qual parlamentares
direcionavam recursos federais anonimamente. Essa prática foi vetada pelo STF
em 2022 devido à falta de transparência e critérios na seleção dos políticos
beneficiados, que recebiam os recursos em troca de apoio no Congresso.
A possível violação dessa proibição foi levantada por organizações como
Contas Abertas, Transparência Brasil e Transparência Internacional no Brasil.
Elas apontaram as "emendas pix" como exemplo, onde valores eram transferidos
por parlamentares a municípios e estados sem destinação específica.
No entanto, Dino esclareceu que essa questão não será abordada na
audiência agendada, pois não estava inclusa no escopo original da ação que
tratava do orçamento secreto.