No ano de 2004, uma tragédia abalou a Paraíba. A Barragem de Camará, localizada em Alagoa Grande, no Brejo paraibano, se rompeu na noite de 17 de junho, liberando cerca de 17 milhões de metros cúbicos de água que devastaram as cidades de Alagoa Grande, Areia, Mulungu e Alagoa Nova. Com o rompimento da barragem, cinco pessoas morreram e mais de 3 mil pessoas ficaram desabrigadas.
A construção da barragem começou no ano de 2000 e foi inaugurada em 2002, sob a administração do então governador José Maranhão. Contudo, pouco mais de dois anos depois, a estrutura cedeu. A catástrofe acentuou as disputas políticas da época, com o governador Cássio Cunha Lima e Maranhão trocando acusações sobre falhas na construção e a falta de manutenção da barragem.
A ruptura lançou uma onda de destruição que percorreu aproximadamente 25 quilômetros, inundando as partes baixas das cidades próximas. O impacto foi tal que, anos depois, em 2014, ainda havia 550 ações judiciais tramitando, com pedidos de indenização que variavam de R$6 mil a R$80 mil.
Após 12 anos de espera e debate, a reconstrução da barragem foi concluída. Em 2016, a Nova Barragem de Camará foi entregue pelo então governador Ricardo Coutinho, um marco que prometia um recomeço para a população da região, beneficiando aproximadamente 225 mil habitantes. Esta nova estrutura foi vista como uma medida crucial para evitar a repetição de uma tragédia semelhante.
Passadas duas décadas, a tragédia de Camará continua viva na memória dos paraibanos. As cicatrizes deixadas pela devastação lembram a fragilidade das infraestruturas e a importância de um planejamento cuidadoso e de uma manutenção constante.
Fonte: Portal T5