26/11/2024 +55 (83) 98773-3673

PolĂ­tica

Andre@zza.net

Lula vai se reunir com ministros nesta 2ª feira para discutir gastos

Por Blog do Elias Hacker 17/06/2024 às 10:11:43

A revisão de gastos públicos, em debate dentro da equipe econômica após a escalada da incerteza fiscal e a alta do dólar, deve ter o seu primeiro teste político nesta semana. Logo nesta segunda-feira (17) de manhã, o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT) se reunirĂĄ com os ministros que compõem a Junta de Execução OrçamentĂĄria (JEO), e a expectativa é de que o assunto esteja na mesa de discussão.

O colegiado é formado por Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão) e Rui Costa (Casa Civil). Antes de embarcar na semana passada para a ItĂĄlia, onde participou da reunião do G-7, o grupo dos países mais ricos do mundo, Lula solicitou a Costa que agendasse esse encontro do órgão orçamentĂĄrio.

Durante a viagem, o petista admitiu, em uma mudança de tom, a possibilidade de rever despesas públicas desde que o ajuste não recaísse sobre os mais pobres.

– Tudo aquilo que a gente detectar que é gasto desnecessĂĄrio, não tem que fazer – disse o presidente.

Nas falas anteriores, que fizeram o dólar disparar ante o real, Lula havia insistido na fórmula de equilíbrio fiscal via aumento da arrecadação e queda da taxa bĂĄsica de juros da economia, a Selic, atualmente em 10,5% ao ano.

A agenda arrecadatória, no entanto, dĂĄ claros sinais de esgotamento no Congresso após a devolução da medida provisória que limitava o uso de créditos de Pis/Cofins por parte de empresas e indústrias – a mais dura derrota de Haddad até agora.

Além disso, hĂĄ dúvidas se o Banco Central seguirĂĄ reduzindo a Selic em meio ao aumento da perspectiva de inflação e à valorização do câmbio. A expectativa para a reunião do ComitĂȘ de Política MonetĂĄria (Copom) do BC nesta semana, inclusive, é de manutenção da Selic.

A revisão de despesas, portanto, parece se impor, mas dependerĂĄ, primeiro, do aval de Lula e, depois, da disposição dos parlamentares, inclusive do PT, de aprovĂĄ-la na Câmara e no Senado. Tanto o Executivo como o Legislativo estão de olho na eleição municipal e não devem abraçar medidas impopulares – pelo menos não até outubro.

Interlocutores do governo ouvidos pelo jornal O Estado de São Paulo avaliam que serão eleições "muito difíceis" e que o caminho seria "fazer o possível agora", para dar algum tipo de sinalização ao mercado, e deixar o mais impopular para depois da disputa. O temor é de que a "culpa" por um eventual desempenho aquém do esperado no pleito local recaia sobre as decisões econômicas.

Nesse escopo do "possível", as fontes listam a possibilidade de um contingenciamento maior de gastos no próximo relatório bimestral de receitas e despesas, previsto para julho. O objetivo seria sinalizar comprometimento com o centro da meta fiscal de 2024, que prevĂȘ déficit zero.

Também estariam nessa lista a publicação do decreto de meta de inflação contínua ainda no mĂȘs de junho, como prometido por Haddad, e medidas de revisão e melhoria de políticas públicas que não envolvessem desvinculação de benefícios hoje atrelados ao salĂĄrio mínimo nem mudanças nos pisos de educação e saúde.

Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/

Comunicar erro
ComentĂĄrios