São Paulo, 17 de junho de 2024 - Brasileiros temem por sua
segurança digital, desconfiam das soluções legais apresentadas por seus
governos e demonstram, ao mesmo tempo, otimismo e ansiedade em relação ao
futuro da inteligência artificial. Esses são alguns insights de uma pesquisa
realizada pela Sherlock Communications com quase 3.500 entrevistados na
Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, incluindo mais de 850
brasileiros. O estudo foi compilado no ebook Cibersegurança: Proteção de Dados e
IA na América Latina.
No Brasil, 69% acreditam que seus dispositivos pessoais estão ouvindo
suas conversas em segredo. A desconfiança também se estende ao setor privado, com
76% dos entrevistados afirmando que temem que as empresas vendam seus dados
pessoais sem permissão, enquanto apenas 32% dos entrevistados disseram
acreditar que as leis de proteção de dados efetivamente os protegem.
"Ao falar sobre privacidade e segurança na América Latina, a
desconfiança em relação aos dados domina o cenário", afirma André Duffles T.
Aranega, Consultor de Segurança digital na Sherlock Communications. "Apesar de
muitos avanços recentes, os latino-americanos ainda expressam ceticismo com a
ideia de que as empresas e os governos estejam fazendo um bom trabalho em
protegê-los".
Preocupações similares se estendem ao campo da inteligência artificial.
63% dos brasileiros concordaram que o uso da inteligência artificial para
armazenamento de informações pode aumentar o risco da fraude de dados. Mesmo
assim, a ampla maioria dos entrevistados é otimista, com 70% concordando com a
afirmação de que a inteligência artificial trará uma enorme mudança positiva
para a vida das pessoas.
Mudança de hábitos
"Como no resto do mundo, as preocupações com segurança e privacidade
estão mudando rapidamente os hábitos da população", observa André Aranega.
Segundo o levantamento, 43% dos entrevistados disseram estar limitando a quantidade
de dados pessoais que compartilham online, 83% afirmam usar senhas fortes e 87%
evitam clicar em links em mensagens não solicitadas.
Os usuários também relatam a aplicação de medidas que garantam a própria
proteção, com 74% dos entrevistados adotando autenticação em dois fatores e 51%
utilizando um e-mail secundário apenas para compras online. No quadro geral, os
brasileiros tendem a se sair melhor que o resto da América Latina em boas
práticas de proteção de dados.
Um dado curioso, que contradiz a percepção de insegurança comum no
Brasil: somente 11% dos brasileiros afirmam que já tiveram seus celulares ou
outros dispositivos roubados. Esse é o menor número entre todos os países
pesquisados. Em comparação, 23% dos peruanos relatam já terem sido roubados,
mais que o dobro dos brasileiros, proporcionalmente.
"Estamos à beira de uma revolução tecnológica", conclui André Aranega.
"Essa era promete um potencial monumental para o crescimento tecnológico,
inovação e liderança na construção do futuro. Também apresenta sérios desafios
que exigem intervenções e soluções inovadoras, tanto de governos quanto de
empresas".
O ebook com o relatório completo pode ser baixado neste link.
Veja outros insights do relatório:
1. 55% não atendem
mais chamadas telefônicas de números não identificados, citando o incômodo com
telemarketing e golpes;
2. 66% dizem ser muito
difícil saber se estão falando com um humano ou chatbot ao conversar com
empresas;
3. 68% temem perder
seus empregos para inteligência artificial;
4. 67% se dizem
preocupados com o uso da IA para criar notícias falsas;
5. 68% temem pelo
impacto da AI na democracia.
Fonte: Sherlock Communications