O Tribunal de Contas da União
(TCU) identificou "distorções contábeis" de R$ 109 bilhões no balanço do
primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As
discrepâncias incluem ativos, passivos e patrimônio, e foram destacadas no
parecer do ministro Vital do Rêgo, aprovado pela Corte com ressalvas. A decisão
foi unânime entre os nove integrantes do TCU e agora segue para análise do
Congresso Nacional.
Vital do
Rêgo apontou que as distorções, especialmente na reavaliação de imóveis e
ajustes inadequados relacionados a benefícios pós-emprego, são "materialmente
relevantes". O relatório também identificou irregularidades na concessão de
benefícios tributários pelo Executivo, com um aumento de 295% na renúncia de
receita de 2023 a 2026 em comparação com 2021 a 2024.
Em 2023, a renúncia fiscal
totalizou R$ 274 bilhões, representando mais da metade dos gastos tributários
do ano anterior em impostos como PIS/Cofins e Contribuição Social sobre Lucro
Líquido (CSLL). Vital do Rêgo destacou: "De cada R$ 5 que poderiam ser
arrecadados, R$ 1 é convertido em benefício fiscal e não entra no caixa do
Tesouro".
Vital do
Rêgo questionou a legitimidade do modelo de transferência de recursos públicos
para o patrimônio de particulares e sugeriu que o governo suspenda novas
concessões de benefícios fiscais em um cenário de déficit fiscal. "A intenção é
que a União pare de se endividar, pagando juros altíssimos, ao mesmo tempo em
que concede esse tipo de benefício", ressaltou.
O
relatório também destacou um déficit de R$ 428 bilhões nos regimes de
previdência, distribuído entre o Regime Geral (R$ 315 bilhões), Regime dos
Servidores (R$ 55 bilhões), Sistema de Proteção Social dos Militares (R$ 49
bilhões) e o Fundo Constitucional do DF (R$ 8 bilhões). O déficit total é a
diferença entre R$ 638 bilhões de receitas arrecadadas e R$ 1 trilhão de
despesas.
Vital do
Rêgo enfatizou os gastos tributários sobre a previdência social, que atingiram
R$ 73 bilhões, e defendeu a redução da renúncia tributária previdenciária e da
inadimplência de pagamentos de tributos previdenciários. Ele concluiu:
"Revisitar ou promover nova reforma previdenciária não reduzirá o déficit da
previdência se não forem reduzidas a renúncia tributária previdenciária e a
inadimplência de pagamentos de tributos previdenciários mediante atuação
incisiva dos entes fiscalizadores".
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/