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Educação

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Governo anuncia R$ 5,5 bi para obras e novos campi universitários

Por Eliashacker.com.br 10/06/2024 às 15:16:13

O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva anunciou, nesta segunda-feira (10), R$ 5,5 bilhões em recursos do Ministério da Educação (MEC) para obras de infraestrutura para o ensino superior e a construção de dez novos campi de universidades e de oito novos hospitais universitĂĄrios federais. O investimento integra o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Em reunião com reitores de universidades e institutos federais, no PalĂĄcio do Planalto, Lula disse que a expansão universitĂĄria e de institutos federais é essencial para desenvolver a aptidão produtiva das localidades e afirmou que se preocupa em garantir que todos os jovens tenham acesso à universidade.


"Não é possĂ­vel vocĂȘ desenvolver as cidades periféricas, as cidades médias e pequenas do interior do paĂ­s, se vocĂȘ não tiver institutos federais que possam, em função deste curso existir, vocĂȘ adaptar à realidade local, para que vocĂȘ tenha capacidade de produzir um desenvolvimento regional", disse. .

Lula ainda cobrou que o MEC tire do papel os 100 novos institutos federais anunciados pelo governo. "Nós temos que começar a construir os institutos que nós anunciamos. Se não tem terreno, nós vamos comprar o terreno. Os reitores podem ir nos prefeitos e saber se tem prédio na cidade que a gente pode colocar o instituto. O que a gente não pode é anunciar e, um ano depois, não ter acontecido nada, com a desculpa de que não tem terreno, de que é moroso, de que o projeto é demorado. Nós temos que fazer acontecer", ressaltou.

Orçamento

Essa é a segunda reunião pĂșblica do presidente Lula com reitores neste mandato. Assim que assumiu, em janeiro do ano passado, o presidente recebeu as autoridades no PalĂĄcio do Planalto e afirmou que a educação sairia do obscurantismo.

Hoje, ele ouviu dos reitores a necessidade de melhorar o orçamento do ensino pĂșblico superior, que estĂĄ em "situação crĂ­tica". A reitora da Universidade de BrasĂ­lia (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), MĂĄrcia Abrahão, disse que, desde o encontro em janeiro de 2023, as entidades representativas vĂȘm dialogando com o governo sobre uma proposta de financiamento permanente para as universidades.

Segundo MĂĄrcia Abrahão, apesar dos avanços realizados pelo governo, o orçamento atual das universidades, de R$ 6,8 bilhões, é insuficiente. "O valor defendido pela Andifes, de R$ 8,5 bilhões, nos aproximaria ou nos aproximarĂĄ, quem sabe, ainda temos um ano pela frente, do orçamento de 2017, considerando a inflação. Esperamos que o orçamento de 2025 nos coloque em condições de atender o presente e planejar um futuro melhor", disse.

Deitora da Universidade de BrasĂ­lia, MĂĄrcia Abrahão, durante reunião com o presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva e reitores de universidades federais e de institutos federais - Marcelo Camargo/AgĂȘncia Brasil

"Infelizmente, a situação crĂ­tica em que chegamos em função dos anos de reduções orçamentĂĄrias exige um grande esforço nacional de recuperação do que jĂĄ temos, além de dar condições para as universidades mais novas se estabelecerem adequadamente. Os desafios são crescentes", acrescentou MĂĄrcia, lembrando que as universidades tĂȘm desempenhado "papel fundamental" para a preservação da democracia e "permanece firme" ao lado da sociedade brasileira em situações extremas, como foi a pandemia de covid-19 e a recente tragédia climĂĄtica no Rio Grande do Sul.

Para o reitor do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) e do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, CientĂ­fica e Tecnológica (Conif), Elias Monteiro, o plano nacional para educação desapareceu nos Ășltimos nove anos, com obstĂĄculos como cortes orçamentĂĄrios significativos e desinvestimentos, tentativas de cerceamento da autonomia institucional e descaracterização dos princĂ­pios democrĂĄticos.

"Permanecemos erguidos assim graças a determinação e resiliĂȘncia dos nossos dirigentes e de todos os servidores que acreditam que é pela educação que ocorrem as significativas mudanças sociais e econômicas de uma sociedade", disse em discurso, listando problemas que ainda persistem.

"Nos defrontamos ainda, nos dias atuais, com alguns problemas como a escassez de recurso para assistĂȘncia estudantil, com a fome que persiste entre nossos estudantes e com a ausĂȘncia de transporte escolar. Temos que, dia após dia, fazer a impossĂ­vel escolha entre manter o funcionamento de um programa para jovens portadores de deficiĂȘncias ou fornecer energia, ĂĄgua, segurança e limpeza para um dos nossos campi", acrescentou.

Segundo Monteiro, "mesmo reconhecendo os avanços", o atual orçamento da rede federal de educação profissional, cientĂ­fica e tecnológica é equivalente ao do ano de 2015, "perĂ­odo onde o nĂșmero de unidades funcionando representava aproximadamente 60% das existentes, sem contar os novos 100 campi que farão partes da estrutura".

Aos reitores, Lula afirmou que hĂĄ "chance de ir buscar mais dinheiro", "se a gente conseguir aplicar rapidamente" o que jĂĄ foi anunciado. "Muitas vezes, o dinheiro aparece quando vocĂȘ tem um projeto que seja, sabe, um projeto sabe incontestĂĄvel. Não é discurso que faz dinheiro, é projeto", disse o presidente.

" Muitas vezes, o dinheiro aparece quando vocĂȘ tem um projeto" - Marcelo Camargo/AgĂȘncia Brasil

Obras e custeio

Os novos recursos, anunciados hoje, serão destinados para melhorias na infraestrutura de 69 universidades federais e construção de dez novos campi. Além disso, serão repassados recursos a 31 hospitais universitĂĄrios da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), sendo oito novos.

Os novos campi de universidades serão construĂ­dos nas cidades de São Gabriel da Cachoeira (AM); Rurópolis (PA); Cidade Ocidental (GO); Baturité (CE); Estância (SE); Jequié (BA); Sertânia (PE); Ipatinga (MG); São José do Rio Preto (SP); e Caxias do Sul (RS). De acordo com o governo, as localidades foram escolhidas com o objetivo de ampliar a oferta de vagas da educação superior em regiões com baixa cobertura de matrĂ­culas na rede pĂșblica.

Cada obra custarĂĄ R$ 60 milhões, incluindo construção e compra de equipamentos. A ampliação vai resultar em 28 mil novas vagas para estudantes de graduação. Os campi oferecerão seis cursos, cada, para 2,8 mil estudantes. Para isso, serão contratados 388 servidores por unidade.

Para consolidação da rede federal de educação superior, serão repassados R$ 3,17 bilhões, destinados a 338 obras, das quais 223 serão iniciadas, 95 retomadas e 20, que estão em andamento, concluĂ­das. As obras visam o fortalecimento da graduação - salas de aula, laboratórios, bibliotecas, auditórios, estruturas acadĂȘmicas e complexos esportivos e culturais - e a assistĂȘncia estudantil - refeitórios, moradias, equipamentos de saĂșde e centros de convivĂȘncia.

Para melhoria das condições e do funcionamento dos hospitais universitĂĄrios, neste ano, o governo federal vai garantir recursos adicionais de R$ 250 milhões para as unidades da Rede Ebserh/MEC, totalizando R$ 1,75 bilhão. Oito hospitais serão construĂ­do e estão ligados às universidades federais de Pelotas (RS), Juiz de Fora e Lavras (MG), Acre, Roraima, Rio de Janeiro, São Paulo e Cariri (CE).

Além dos investimentos em obras, as universidades federais serão beneficiadas com novos recursos orçamentĂĄrios. De acordo com o MEC, no mĂȘs passado, jĂĄ foi feita recomposição do corte realizado no orçamento, no valor de R$ 347 milhões, sendo R$ 242 milhões para as universidades e R$ R$ 105 milhões para os institutos federais.

Agora, haverĂĄ nova ampliação de R$ 400 milhões no orçamento para custeio de despesas das instituições. A suplementação serĂĄ de R$ 279 milhões para as universidades, que terão um total de R$ R$ 6,38 bilhões para custeio após a ampliação do orçamento. Para os institutos, a ampliação é de R$ R$ 120,7 milhões, com orçamento para custeio chegando a R$ 2,72 bilhões.

Por fim, para garantir a permanĂȘncia dos estudantes no ensino superior, o MEC também estĂĄ ampliando o Programa Bolsa PermanĂȘncia (PBP) em 5,6 mil novas vagas, por meio de um aporte de mais R$ 35 milhões, o que deixa o programa com um orçamento de R$ 233 milhões.

Com isso, todos os estudantes indĂ­genas e quilombolas de universidades e institutos federais passarão a ser atendidos pelo programa. Atualmente, cerca de 13 mil alunos neste perfil fazem parte do PBP. A partir deste ano, a cobertura ultrapassarĂĄ 18 mil beneficiĂĄrios. O valor da bolsa para esse grupo de estudantes é de R$ 1,4 mil desde 2023.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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