O presidente da Câmara, Arthur Lira
(PP-AL), enfrenta desconfiança da oposição e hostilidade de governistas, apesar
de não ter compromissos com Lula (PT), mesmo diante da oferta de cargos e
vantagens. Na prática, ele recebe o mesmo tratamento destinado aos inimigos:
suas emendas, que são de liberação obrigatória, permanecem retidas pelo
governo. A estratégia é forçar Lira a pedir a liberação, para que Lula possa
impor suas condições no tradicional "toma lá, dá cá".
Lira, por sua vez, não demonstra
intenção de pedir a liberação das emendas, preferindo manter a independência da
Câmara.
Um ano e meio após assumir a
presidência, Lula ainda não conseguiu formar uma base governista sólida,
controlando cerca de cem dos 513 votos na Câmara.
Com R$53 bilhões em emendas à
disposição, os deputados evitam se envolver em escândalos, rejeitando cargos ou
negócios em troca de apoio ao governo.
O método de governar do PT foi
marcado por dinheiro vivo, tanto no mensalão do primeiro governo, quanto no
petrolão do segundo. Atualmente, os políticos evitam esse tipo de envolvimento.
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