O presidente do conselho BTG, André Esteves, afirmou que o Brasil chegou
ao seu limite de aumento da carga tributária. De acordo com ele, o estresse de
empresários com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinaliza nesse
sentido.
As declarações ocorreram neste sábado (8), durante o Fórum Anual do
Grupo Esfera. Na ocasião, Esteves iniciou sua análise elogiando o Ministério da
Fazenda.
– Quero tecer um elogio ao Ministério da Fazenda pela obstinação de
entregar um quadro fiscal equilibrado. O que não é simples. Principalmente pela
compreensão de que a gravidade é de cima para baixo. Finanças públicas
equilibradas significam juros de equilíbrio neutro baixos. Finanças públicas equilibradas
significam juros de equilíbrio neutro baixos. Eu acho que o Ministério da
Fazenda compreendeu isso de uma maneira muito clara e tem perseguido isso –
disse ele.
Contudo, Esteves advertiu que para alcançar o equilíbrio fiscal é
necessário que trabalhar também do lado da otimização dos nossos gastos.
– O estresse das últimas semanas e os discursos um pouco mais calorosos
do lado empresarial significam uma coisa muito importante: o mercado, que é
toda a sociedade se expressando através dos preços, está sinalizando que chegou
ao limite o aumento da carga tributária. De um jeito ou de outro, estamos
chegando lá. O que significa que, se a gente quer chegar no equilíbrio fiscal,
a gente precisa trabalhar também do lado da otimização dos nossos gastos –
assinalou.
O presidente do conselho do BTG disse ainda que "às vezes tem que tirar
um pouco a bola do debate político, do calor ideológico e simplesmente
concentrar na racionalidade".
Para Esteves, o Brasil está, atualmente, "muito melhor que qualquer
outro momento da história" devido a reformas que têm sido feitas ao longo dos
últimos anos. Ele citou como exemplo a Reforma Trabalhista, Reforma da
Previdência, uma série de conceções, privatizações importantes, independência
do Banco Central, entre outros fatores.
– Nós estamos nos afogando em um copo d"água, né? Estamos botando o
nariz dentro do copo d"água e achando que estamos no meio do Oceano Pacífico.
Nós não estamos. Mas temos que entender quais são os limites, e trabalhar com
eles. Esse tipo de debate só enriquece – concluiu.
CRÍTICA DE RUBENS OMETTO
No mesmo evento, o presidente do conselho do conglomerado Cosan, Rubens Ometto,
criticou severamente a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no
Fórum Anual do Grupo Esfera, neste fim de semana.
Embora tenha doado uma quantia milionária ao Partido dos Trabalhadores
(PT) no ano das eleições de 2022, Ometto disse que o governo tem desrespeitado
o espírito das leis aprovadas pelo Congresso e adotado estratégias que aumentam
agressivamente a arrecadação de impostos "pelas bordas" para ampliar os gastos
públicos.
– Eles estão mudando as normas e as regulamentações para arrecadar mais.
Uma lei é publicada de um jeito e depois soltam normas para te morder e para te
autuar. Isso aconteceu com as mudanças das regras do Carf, com a mudança do
crédito presumido do IPI, com a mudança dos créditos do PIS/Cofins e com a
desoneração da folha. Eles estão preocupados em morder e estão fazendo isso. E
quando você faz isso você desrespeita a lei e cria um péssimo exemplo –
avalioi.
agoranoticiasbrasil.com.br/