Em editorial neste sábado (9), o jornal Estadão criticou duramente a
administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela ausência de um
embaixador brasileiro em Israel durante o maior conflito no Oriente Médio em
anos. O periódico defende que o petista tem alimentado uma crise diplomática
por suas "taras ideológicas antiocidentais", provocando uma "picuinha" que
"humilha os brasileiros".
– É o pior momento em mais de 70 anos
de relação entre os dois países. O estupefaciente é que só se pode falar em
"crise" entre aspas. Não há razão de Estado para o cisma. Não há conflito entre
os países, só entre Lula da Silva e Israel – declara o jornal.
A crítica do Estadão centraliza-se na comparação feita por Lula entre a
operação de Israel em Gaza e o Holocausto, o que resultou na convocação do
embaixador brasileiro ao Museu do Holocausto e na declaração de Lula como
persona non grata por parte do governo israelense. A reação de Lula de
transferir o embaixador Frederico Meyer para a Suíça é descrita pelo jornal
como um ato passivo-agressivo que agravou as relações entre os países.
– Em seu cinismo passivo-agressivo, a propaganda governista alardeia que
a descompostura [resposta de Israel] foi passada em hebraico, língua que Meyer
desconhece. É essa suposta "humilhação" do embaixador que o lulopetismo tenta
vender como "ofensa" ao Brasil, e usa de pretexto para crispar as relações com
Israel. Ora, autoridades de um país não têm obrigação de se comunicar neste
país em outro idioma que não o nativo. Já um embaixador deveria ter alguma
familiaridade com ele. Não sendo o caso, pode recorrer a um intérprete –
observa.
Na sequência, o Estadão enfatiza a importância histórica e diplomática
de Israel para o Brasil, ressaltando que Israel é a única democracia
consolidada no Oriente Médio e um parceiro significativo em termos de comércio
e cooperação em segurança cibernética. O texto também menciona o auxílio
humanitário oferecido por Israel em situações de calamidade no Brasil, como em
Brumadinho e durante a pandemia.
A matéria expõe ainda que 8 em 10 brasileiros consideram que foi Lula
quem ofendeu Israel, segundo pesquisa Big Data. Por fim, o texto conclui que a
postura de Lula prejudica os interesses nacionais e os brasileiros residentes
em Israel, além de comprometer a capacidade do Brasil de atuar como mediador na
busca pela paz entre Israel e Palestina.
– Há poucos dias, Israel resgatou o cadáver de um brasileiro sequestrado
e executado pelos terroristas genocidas que Lula se recusa a chamar de
terroristas genocidas. Os 15 mil brasileiros em Israel estão desassistidos por
seu governo, que, para piorar, pulverizou as chances de o Brasil atuar como
articulador da paz entre Israel e Palestina. São só alguns dos custos que o
Brasil paga pela submissão de sua política externa às taras ideológicas
antiocidentais de Lula e pelo sequestro do Itamaraty por seu ego. Isso sim
humilha os brasileiros – finaliza o editorial.
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