Fala de Ministro da Fazenda explica a alta do dólar e dos juros futuros
O motivo do aumento do dólar e dos juros futuros na tarde desta sexta-feira, 7,
foi esclarecido recentemente aos repórteres pelo Ministro da Fazenda, Fernando
Haddad. De acordo com Haddad, em uma reunião privada com Mario Roberto Opice
Leão, o diretor-presidente do Santander, juntamente com outros convidados do
banco, foi levantada a questão do possível contingenciamento se as despesas
obrigatórias subissem mais do que o estimado.
"Haddad afirmou que sim", garantindo: "Não entendi a intenção da pessoa
que vazou uma informação falsa sobre o que eu disse", completou o ministro. No
entanto, boatos que se espalharam no mercado após a reunião indicavam que a
declaração em particular sugeria que quaisquer alterações nos parâmetros do
arcabouço estariam sujeitas à avaliação do presidente Lula e, caso ocorressem,
seriam implementadas em agosto do mesmo ano.
Em face da incerteza, os investidores recorreram ao dólar e apostaram em
taxas de juros mais altas para equilibrar a deterioração da percepção fiscal. O
dia terminou com a moeda americana atingindo o pico da sessão, avaliada em 5,34
reais, o valor mais alto desde o governo de Lula, ignorando-se a primeira
semana de 2023, quando alcançou 5,45 reais.
Nas últimas quintas-feiras, a moeda brasileira, o real, teve o segundo
pior desempenho dentre as moedas de mercados emergentes, superado apenas pelo
peso mexicano. Este último enfrenta a desconfiança dos investidores internacionais
devido à possibilidade de uma revisão constitucional após a eleição de um
congresso percebido como mais intervencionista. Durante esse período, o dólar
teve um aumento de 1,86%.
As taxas de juros futuras aumentaram drasticamente em todos os vencimentos.
O mercado começou a projetar uma taxa Selic de 12% ao ano antes do final de
2023. O medo tomou conta dos investidores, com certos contratos incrementando
mais de 0,6 ponto percentual nas taxas nos minutos seguintes aos rumores.
O principal índice acionário, o Ibovespa, também demonstrou a
desconfiança dos investidores com uma queda expressiva. Com uma redução de
1,73%, o índice concluiu o dia a 120,8 mil pontos, registrando a terceira
semana seguida no negativo e totalizando uma perda de 10% no ano.
agoranoticiasbrasil.com.br/