Na operação da Polícia Federal que procura foragidos dos eventos
golpistas de 8 de janeiro, mais de 40 pessoas foram presas. Entre elas, uma
cabeleireira foi detida hoje (6). De acordo com sua defesa, ela recusou a
proposta de romper a tornozeleira eletrônica e fugir para a Argentina em grupo.
Rogério Dirce recebeu uma sentença de 16 anos de prisão por causa dos
ataques ocorridos em 8 de Janeiro, no entanto, ainda está apelando contra a
decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Hoje, às 5h, a Polícia Federal
visitou sua residência em Rio do Sul (SC) e a transportou para uma delegacia em
Florianópolis (SC).
No mês de abril, segundo o portal UOL, Dirce estaria incluída em um
grupo que planejava fugir para a Argentina. De acordo com informações
recebidas, entre os fugitivos estariam outros condenados de Santa Catarina por
eventos ocorridos no dia 8 de Janeiro. Entre eles estariam o corretor Gilberto
Ackermann, o músico Angelo Sotero de Lima e Raquel de Souza Lopes, que era
empregada no restaurante do filho.
Helmar Amâncio, advogado de Dirce, informou ao UOL que sua cliente
recusou uma proposta de fuga seguindo sua orientação. "Ela, por meio de pessoas
que também participaram [dos ataques], foi convidada a fugir do Brasil de forma
a não cumprir com a condenação. Só que, por minha orientação e acreditando no
andamento do processo normal, eu a orientei a não sair do Brasil. Nós tínhamos
ainda todos os meios para contraditar o pedido de prisão dela", declarou
Amâncio à reportagem do UOL na última quinta-feira.
No mandado de prisão emitido em 17 de maio, Moraes afirmou que Dirce
apresentava possibilidade de fuga e que muitos investigados buscavam asilo fora
do Brasil. "Como reforço ao preenchimento dos requisitos para a decretação da
prisão preventiva no caso, desponta a existência de fundado receio de fuga",
disse o ministro do STF.
Já se contabilizam dezenas de descumprimentos de cautelares relativos a
rompimento de tornozeleiras, não comparecimento ao juízo, busca de asilo
político e confirmação de réus foragidos ou com execução de atos preparatórios
para empreender fuga após o encerramento da sessão de julgamento e condenação
pelo plenário desta corte.
"Ante a excepcionalidade do panorama que se desenha e o iminente risco
de tornar inócua a condenação penal nos graves crimes ocorridos no dia 8 de
janeiro, impõe-se a segregação cautelar", continuou Moraes.
A equipe de defesa de Dirce declarou que irá apelar da sentença de
prisão e comunicará ao Supremo que, em contrapartida, Dirce Rogério recusou a
ideia de fugir para o exterior.
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