Desde o início do governo Lula, a TV
Brasil, operada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), vem enfrentando um
declínio contínuo em sua audiência, apesar dos esforços para atrair
espectadores. Mesmo com a produção de programas milionários, a emissora não
consegue alcançar números significativos de audiência, o que levanta
preocupações sobre seu futuro e sua relevância no cenário midiático nacional.
Dados divulgados pelo Estadão revelam
que a audiência nas regiões metropolitanas começou a diminuir a partir de maio
de 2022, após atingir seu ápice em janeiro de 2023 durante a transmissão da
cerimônia de posse de Lula, com 0,39 ponto. Desde então, a trajetória tem sido
de queda, refletindo um desafio cada vez maior para a emissora.
A EBC, que possui aproximadamente 1,7
mil funcionários e um orçamento considerável de R$ 860 milhões para o ano de
2024, não se pronunciou sobre os resultados quando procurada. Esse silêncio
pode ser interpretado como um sinal de que a situação é delicada e exige
atenção por parte da administração da empresa.
Os dados fornecidos pela EBC, com base
na Lei de Acesso à Informação (LAI), revelam uma tendência de queda também na
Grande São Paulo, uma das principais praças do país em termos de audiência
televisiva. Entre janeiro de 2023 e março de 2024, a média mensal de audiência
da TV Brasil nessa região foi de apenas 0,31 ponto, o que representa um desafio
significativo para a emissora.
Um exemplo desse desafio é o programa
"Sem Censura", lançado em fevereiro de 2024 e apresentado por Cissa Guimarães.
Apesar dos esforços, o programa ainda não conseguiu atrair uma audiência
expressiva, registrando apenas 0,24 ponto em seu mês de estreia. Nos meses
anteriores, esse número já era baixo, com 0,21 ponto, indicando uma dificuldade
persistente em cativar o público.
O "Sem Censura" tem uma história
importante na televisão brasileira, tendo sido criado em 1985, durante o
governo de José Sarney, com o objetivo de promover entrevistas sobre diversos
temas, especialmente após o período da ditadura militar. A jornalista Leda
Nagle foi uma das principais apresentadoras do programa, permanecendo à frente
dele por duas décadas.
A produção do programa possui um
contrato substancial, no valor de R$ 4,9 milhões, para a realização de até 260
edições ao longo de um ano. Além disso, a apresentadora Cissa Guimarães recebe
um salário mensal de R$ 70 mil, de acordo com o contrato estabelecido com a
Fábrica Entretenimento e Produções.
Apesar dos esforços para impulsionar a
audiência, o programa "Sem Censura" enfrentou momentos de baixa audiência,
especialmente nos dias 4 de março e 17 de abril. No entanto, também houve picos
de audiência, como nos dias 25 de março e 9 de abril, quando alcançou 0,54
pontos. A EBC não especificou se esses dados são representativos de todas as
regiões metropolitanas ou apenas da Grande São Paulo.
Diante desse cenário desafiador, fica
evidente que a TV Brasil enfrenta um momento crucial em sua história. Com a
audiência em declínio e a dificuldade em atrair espectadores, a emissora
precisa encontrar estratégias eficazes para reverter essa tendência e recuperar
sua relevância no cenário midiático nacional.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/