Imagem: GettyImages
A evolução da internet e das redes sociais trouxe muitos benefícios para o mundo. Entretanto, junto com ela há também uma parte ruim, como os crimes virtuais e o cyberbullying.
Para quem não sabe, ele é caracterizado pelo comportamento ofensivo através da internet, que pode resultar até mesmo em consequências mais graves, seja por problemas psicológicos de quem sofre com isso ou pelas punições de quem comete esse tipo de crime.
O que é cyberbullying?
Como o nome sugere, cyberbullying é uma versão de bullying, mas que é praticado por meios virtuais, como a internet. O crime também é caracterizado por ofensas e desmoralização pública e em alguns casos conta também com a exposição de situações vexatórias, visando sempre prejudicar a vítima.
A grande diferença em relação ao bullying é que, por ser cometido em um ambiente virtual, ele não possui o agravante da violência física. Entretanto, na maioria das vezes, a ação visa a exposição virtual, que pode ser feita em redes sociais, fóruns e até mesmo por aplicativos de mensagens instantâneas.
Entre os atos comuns do cyberbullying temos:
Para quem sofre o cyberbullying, as consequências na maioria das vezes tem relação com a saúde mental. Isso porque grande parte dos ataques tem como intuito a exposição da vítimas, que por sua vez podem sofrer desde dados compartilhados de forma ilegal na internet, como até mesmo fotos e vídeos íntimos vazados sem o seu consentimento ou como vingança (prática chama de revenge porn).
Foi o que aconteceu com a canadense Rehtaeh Parsons, de 17 anos, que se enforcou em 2014 depois de sofrer constantes ataques na internet. Tudo começou dois anos antes, quando ela foi abusada sexualmente por quatro jovens e teve as imagens divulgadas nas redes sociais. Desde então, a vítima sofria xingamentos e ameaças, o que culminou no acontecimento trágico.
Por conta desse episódio, a província canadense de Nova Scotia foi a primeira a criar uma lei para punir esse tipo de crime cometido na internet. Além disso, o estado do Canadá também foi o primeiro a destinar uma delegacia exclusiva para queixas de cyberbullying.
Há também outros casos graves onde a vítima é inserida em uma história não verídica, as populares Fake News. Essas por sua vez podem ter consequências devastadoras, como a pessoa vir a sofrer ameaças e até mesmo agressões, por conta de eventos dos quais não fez parte.
Por exemplo, no Brasil mesmo já tivemos casos de pessoas agredidas, algumas até indo a óbito. Como o que aconteceu com Fabiane Maria de Jesus, em 2014. A dona de casa foi amarrada, espancada e arrastada por um grupo de moradores do bairro Morrinhos, no Guarujá (SP), depois de ser acusada falsamente de praticar magia negra com crianças sequestradas.
Além disso, toda a ação cruel foi filmada e divulgada em redes sociais, como Facebook e WhatsApp. Três anos depois do crime, foi comprovado que tudo não passou de uma notícia falsa. Hoje, há uma ação indenizatória que aguarda julgamento de recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF).
Por mais que pareça estranho, você mesmo pode estar cometendo algum tipo de cyberbullying sem mesmo ter ciência disso. Para evitar esse tipo de atitude, é preciso ficar atento a alguns comportamentos comuns na internet nos dias atuais.
A primeira delas é sempre ficar atento às famosas Fake News. Ou seja, antes de criticar, e até mesmo acusar, uma pessoa por ter cometido um suposto crime, é preciso se informar em fontes confiáveis que possam provar o que realmente aconteceu.
Outro meio de propagação do cyberbullying é o que chamamos de Linchamento Virtual. Nele, usuários vão até um perfil para criticar uma pessoa por conta de uma determinada atitude ou até mesmo cobrar punições em contas de empresas e outros perfis ligados a ela.
Além de ser um comportamento bastante nocivo, muita vezes ele é influenciado por um grupo de pessoas que tem o costume de realizar periodicamente esse linchamento. Essas por sua vez chegam a tomar essas atitudes antes que se prove o que realmente aconteceu, ou seja, sem mesmo escutar o outro lado do caso.
Agora, se você está sendo vítima de cyberbulling na internet, o primeiro passo é tomar providências junto às autoridades, para que os responsáveis possam ser responsabilizados por seus atos criminosos.
Além disso, você também pode tomar algumas precauções para evitar esse tipo de problema:
No começo do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou uma nova lei voltada para punir quem pratica bullying e cyberbullying. Ela traz penas mais graves para os infratores, assim como agravantes para crimes hediondos a partir desse tipo de atitudes.
Com isso, hoje a lei define o bullying como o ato de "intimidar sistematicamente, individualmente ou em grupo, mediante violência física ou psicológica, uma ou mais pessoas, de modo intencional e repetitivo, sem motivação evidente, por meio de atos de intimidação, de humilhação ou de discriminação ou de ações verbais, morais, sexuais, sociais, psicológicas, físicas, materiais ou virtuais".
No cyberbullying, a pena varia de 2 a 4 anos de reclusão, além de multa. A tipificação do crime inclui a intimidação sistemática feita em redes sociais, aplicativos, jogos online ou qualquer outro meio ou ambiente digital.
A lei também inclui na lista de crimes hediondos outras condutas como a indução ou auxílio a suicídio ou automutilação, usando a internet. Nesses casos, os acusados não podem pagar fiança nem mesmo receber liberdade provisória.
Agora que você já sabe o que é cyberbullying, procure as autoridades se você está sendo vítima, ou mude seu comportamento caso esteja praticando algo que possa ser considerado ofensivo.
Fonte: G1 - Amazon Prime Video
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