Na noite de segunda-feira, dia 3,
Maria José Costa Almeida, secretária parlamentar da Câmara Legislativa do
Distrito Federal (CLDF), foi presa em Planaltina (DF). Indicada ao cargo pelo
deputado distrital Fábio Felix (Psol), Maria José foi condenada a quatro anos,
nove meses e seis dias de prisão em regime semiaberto por extorsão e ameaça.
Após a prisão, Maria José foi exonerada
do Bloco Partido Socialismo e Liberdade (Psol) e Partido Socialista Brasileiro
(PSB).
De acordo com a denúncia, os crimes
ocorreram entre 2013 e 2014. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal
(MPDF), Maria José integrava uma associação que cadastrava moradores de
assentamentos rurais em programas sociais do governo local. Ela foi acusada de
extorquir duas pessoas cadastradas para receber um benefício de R$ 600,
exigindo R$ 50 mensais sob ameaça de cortar o auxílio. Quando uma das vítimas
parou de pagar, Maria José suspendeu o benefício, resultando em sua expulsão da
associação ao descobrirem a situação.
Em outro caso, Maria José ameaçou uma
mulher que discordava de sua gestão na associação. Segundo o MPDF, ela reuniu
familiares e ameaçou a vítima com facas, peixeiras, pedras e paus para tomar o
assentamento desta mulher. Além disso, ela intimidou outras três pessoas do
assentamento, ordenando que desocupassem suas casas sob pena de incêndio dos
imóveis.
Na Justiça, Maria José negou as
acusações, afirmando que cada família recebia pessoalmente o auxílio do governo
do Distrito Federal, sem qualquer repasse a ela. Ela pediu absolvição, mas o
relator Silvanio Barbosa dos Santos rejeitou o pedido. A sentença já transitou
em julgado, sem possibilidade de recurso.
Segundo dados de abril do Portal da
Transparência da CLDF, Maria José ganhava R$ 3.261,37 por mês. Em nota, o Psol
destacou que ela foi contratada pela "reconhecida e respeitada luta em defesa
do direito à moradia no Distrito Federal", mas confirmou a exoneração dela.
O deputado Fábio Felix afirmou ao
site Metrópoles que a condenação não tem relação com o mandato. "Espero que a
Justiça seja feita pela liderança tão respeitada que ela é", declarou o deputado.
"Mas o que está nos autos não tem nenhuma relação com o mandato. O processo é
de 2013."
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