O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa,
investigado por participar do assassinato da vereadora Marielle Franco e do
motorista Anderson Gomes, prestará depoimento à Polícia Federal nesta
segunda-feira (3). A sessão está marcada para ocorrer na Penitenciária Federal
de Brasília, onde Barbosa está preso desde março.
O depoimento segue a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF). Ele atendeu ao pedido de Barbosa, que escreveu
um bilhete endereçado ao ministro, pedindo "pelo amor de Deus" para ser ouvido.
Preso preventivamente desde 27 de março, o ex-chefe da Polícia Civil do
Rio é considerado peça-chave para desvendar mais detalhes da morte de Marielle.
Segundo investigações, ele teria encoberto o crime e atrapalhado as
investigações, de modo a garantir a impunidade dos executores e dos mandantes –
os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.
A defesa de Barbosa alega que o ex-delegado nunca teve contato com
supostos mandantes do crime e que não há registro de recebimento de valores
provenientes de atos ilícitos. Os advogados também criticaram a atuação da
Polícia Federal, dizendo que o relatório da investigação é baseado apenas nas
palavras de Ronnie Lessa, executor do crime.
Pedido de liberdade negado
No último dia 17, Barbosa teve o pedido de liberdade negado por Moraes. Na
decisão, o ministro enfatizou que a periculosidade social e a gravidade das
condutas atribuídas a Barbosa, aliadas à necessidade de resguardar a aplicação
da lei penal e a ordem pública, justificam a manutenção da prisão preventiva.
"Rivaldo Barbosa teria sido um dos arquitetos de toda a empreitada
criminosa e peça fundamental em sua execução. Assim, detém conhecimento sobre
todos os elementos probatórios nucleares para a investigação, de modo que
poderá, em liberdade, empreender esforços com o fim de afastá-los do alcance da
Polícia Judiciária", disse Moraes.
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