O setor público consolidado, composto
por União, Estados, municípios e estatais, registrou um déficit nominal de R$
1,043 trilhão no acumulado de 12 meses até abril. Esse valor representa um
recorde na série histórica, que teve início em 2002. O Banco Central divulgou
esses resultados nesta quarta-feira, 29 de maio de 2024.
Esse déficit nas contas públicas
superou pela primeira vez o pico registrado durante a pandemia de covid-19, que
era de R$ 1,017 trilhão.
O resultado nominal do setor público
consolidado é calculado como o saldo entre receitas e despesas, incluindo o
pagamento dos juros da dívida. De acordo com o BC, o déficit de R$ 1,043
trilhão corresponde a 9,41% do Produto Interno Bruto (PIB).
Uma das principais razões para esse
déficit maior é o aumento das despesas com os juros da dívida, que totalizaram
R$ 776,3 bilhões no acumulado de 12 meses até abril. Esse valor também é um
recorde na série histórica iniciada em 2002.
A taxa bĂĄsica de juros, conhecida como
Selic, permaneceu em patamares elevados por um período prolongado, o que
contribuiu para o encarecimento da dívida pública e, consequentemente, para o
aumento do déficit nominal.
O ComitĂȘ de Política MonetĂĄria (Copom),
responsĂĄvel por definir a taxa bĂĄsica de juros, manteve-a em 10,50% ao ano.
Esse nível é considerado restritivo, indicando que estĂĄ acima do nível neutro.
O objetivo é controlar a inflação e as expectativas futuras.
O presidente do Banco Central, Roberto
Campos Neto, destacou que existem incertezas em relação ao cenĂĄrio externo,
possibilidade de mudança na meta de inflação e dúvidas sobre a credibilidade do
arcabouço fiscal.
Por outro lado, o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, defendeu que a meta de inflação é bastante rigorosa e que hĂĄ
"fantasminhas" tentando disseminar a ideia de que a situação econômica do
Brasil não estĂĄ boa.
Além disso, a piora no saldo do
resultado primĂĄrio, que exclui o pagamento da dívida pública, contribuiu para o
déficit. Esse saldo negativo atingiu R$ 266,5 bilhões no acumulado de 12 meses
até abril.
A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG),
que engloba o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais,
também aumentou. Ela atingiu 76% do PIB, representando o maior patamar desde
abril de 2022. Durante o governo Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT), houve um
aumento de 4,3 pontos percentuais nesse indicador, totalizando R$ 8,4 trilhões.
Em termos corrigidos pela inflação, o
déficit estĂĄ abaixo do pico registrado durante a pandemia de covid-19, quando
atingiu R$ 1,293 trilhão. No entanto, ainda estĂĄ no maior patamar desde o
acumulado de 12 meses até março de 2021.https://terrabrasilnoticias.com/wp-content/uploads/2024/05/image-266-927x1024.pnghttps://terrabrasilnoticias.com/wp-content/uploads/2024/05/image-266-927x1024.png
Quanto ao déficit primĂĄrio, que exclui
o pagamento da dívida, ele também estĂĄ no maior nível desde julho de 2021.
Fonte: Com informações e imagens de Poder 360