O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não deixou
passar em branco o incidente em que o youtuber Felipe Neto o chamou de "excrementíssimo"
durante uma audiĂȘncia na Casa. Nesta quinta-feira (23), Lira apresentou um
pedido de revisão sobre o arquivamento do caso, solicitando a abertura de um
inquérito para apurar o suposto crime de injúria.
No documento apresentado à Justiça do Distrito Federal, a defesa de
Lira, realizada pela Advocacia da Câmara dos Deputados, argumentou que Felipe
Neto possui uma grande influĂȘncia nas redes sociais, com mais de 46 milhões de
seguidores no YouTube e 16 milhões no Instagram. Destacaram que o suposto ato
injurioso teve um verdadeiro intuito comercial, pois as buscas pelo termo
"excrementíssimo" aumentaram nos dias seguintes ao ocorrido, o que teria
proporcionado mais engajamento ao youtuber.
"A emergente tendĂȘncia de obter popularidade e engajamento por meio de
ofensas a autoridades públicas, visando o lucro da monetização de visualizações
e a realização de marketing, deve ser obstada", afirmou a defesa de Lira. Eles
destacaram a importância de aplicar os tipos penais que protegem a honra dos
indivíduos, argumentando que o arquivamento do caso poderia estimular
comportamentos danosos desse tipo.
Além disso, a defesa alegou que a ofensa foi dirigida ao cargo de Lira,
tornando mais grave o arquivamento do caso. Consideraram que isso poderia ser
interpretado como um convite à degradação do debate público, onde
influenciadores digitais se sentiriam livres para insultar ocupantes de funções
públicas.
O caso em questão remonta ao dia 23 de abril, quando Felipe Neto
participou virtualmente de um simpósio sobre a regulação das plataformas
digitais. Durante o evento, ele criticou a atuação de Lira em relação ao PL
2.630/2020, conhecido como PL das Fake News, chamando-o de "excrementíssimo".
Em resposta, Lira qualificou a fala do youtuber como um comportamento para
"ganhar likes" e pediu a abertura de um inquérito sobre o caso.
O Ministério Público Federal (MPF) decidiu pelo arquivamento do caso no
último dia 16, entendendo que a conduta de Felipe Neto tratou-se de um "ato de
mero impulso". No entanto, o pedido de revisão de Arthur Lira busca reverter
essa decisão e levar o caso adiante.
Agora, cabe à Justiça do Distrito Federal analisar o pedido de revisão e
decidir se o inquérito serĂĄ encaminhado à Câmara de Coordenação e Revisão do
MPF. Enquanto isso, o embate entre Arthur Lira e Felipe Neto continua gerando
repercussão tanto nas redes sociais quanto nos meios políticos, evidenciando a
tensão entre autoridades públicas e influenciadores digitais.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/