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Mendonça sugere usar multas da Lava Jato para reconstrução do RS

Por Blog do Elias Hacker 24/05/2024 às 08:30:54

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), sugeriu que parte das multas dos acordos de leniĂȘncia da Operação Lava Jato seja usada para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes que atingiram o estado.

HĂĄ duas propostas em discussão. A primeira gira em torno da criação de um fundo de auxílio aos gaúchos, custeado pelas empresas, o que dependeria de aval do Congresso. A segunda envolve a prestação de serviços. Nesse caso, as construtoras precisariam participar das licitações.

As sugestões foram apresentadas pelo ministro do STF às próprias empresas que fecharam leniĂȘncia e aos órgãos federais envolvidos na gestão desses acordos. Em nota, o Supremo informou que todos "se comprometeram a dar seguimento às tratativas, para tentar chegar a um consenso".

Nesta quinta-feira (23), houve uma nova rodada de negociações sobre a repactuação dos acordos. André Mendonça é relator de uma ação que discute as leniĂȘncias. O ministro montou um cronograma de audiĂȘncias para estimular a conciliação entre empresas e a União.

Até o momento, trĂȘs pontos tĂȘm causado as maiores divergĂȘncias. O primeiro é a capacidade de pagamento das empresas. As construtoras discordam dos parâmetros usados pela Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) para atestar sua situação contĂĄbil. O segundo é sobre as condições de pagamento. As empreiteiras buscam pagar a dívida com base na compensação de créditos e débitos fiscais. Por fim, as empresas alegam que hĂĄ multas em duplicidade.

Enquanto as negociações não avançam, os acordos estão suspensos. Nesse período, as empresas não poderão ser punidas caso deixem de pagar as parcelas.

As empresas que participam das tratativas são a J&F, Novonor (antiga Odebrecht), Camargo CorrĂȘa, UTC, Nova Engevix, Petrobras e Braskem. JĂĄ houve outras tentativas de repactuação, sem sucesso. Segundo a CGU, elas ainda devem R$ 11,7 bilhões à União.

Em fevereiro, após a primeira audiĂȘncia de conciliação, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou a criação de um protocolo para celebração dos acordos de leniĂȘncia em parceria com a CGU e a AGU. O objetivo, segundo o MPF, é estabelecer diretrizes para um "atuação interinstitucional comum, com regras uniformes".

Mendonça é o relator de uma ação proposta pelo PCdoB, PSOL e Solidariedade que questiona os pactos firmados antes da formalização do Acordo de Cooperação Técnica (ACT), em 2020, que sistematiza regras para o procedimento. As legendas ainda apontam um "estado de coisas inconstitucional" na Lava Jato e alegam uma suposta atuação abusiva do MPF nas negociações.


Fonte: Por Pleno news

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