O deputado federal Filipe Barros (PL-PR) cometeu um deslize e chamou o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de Paulo Guedes, referindo-se ao
ex-ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro (PL). A troca de nomes
ocorreu durante uma discussão em uma audiência pública nesta quarta-feira (22
de maio de 2024) na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Durante a audiência, Barros criticou o governo de Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), afirmando que ele prometeu "picanha" mas entregou "pepino e
abacaxi" para a população mais pobre, e acusou o governo de ser "gastão". Ele
mencionou dados previamente publicados pelo Poder360, como o déficit nominal de
quase R$ 1 trilhão, gastos de R$ 3,3 bilhões com diárias e passagens, e
despesas de R$ 16,5 bilhões com a Lei Rouanet.
Barros também criticou a inflação dos alimentos que afeta os pobres
enquanto os bancos têm grandes lucros, acusando o governo de favorecer a Faria
Lima em detrimento da população pobre. Ele afirmou que o governo Lula se
submete ao governo de Joe Biden, dos EUA, ao adotar a "agenda verde".
"Não temos nem estrada para rodar direito no nosso país e vocês
incentivando a compra de ônibus elétricos. Favorecendo a quem?", disse o
deputado, provocando risos em Haddad.
Em seguida, o deputado cometeu o engano de chamar Haddad de "ministro
Paulo Guedes" e logo se corrigiu, afirmando: "Se fosse o Paulo Guedes,
estaríamos bem melhor".
O deputado afirmou que os pobres estão passando fome enquanto o governo
"só pensa em aumentar impostos para cobrir uma conta cada vez mais alta".
"O Lula recentemente deu a Vossa Excelência a missão de ler menos livros
e fazer mais política. Eu acho que, pelo bem do Brasil, Vossa Excelência devia
voltar para os livros e deixar de fazer política", declarou.
RESPOSTA
Em resposta, Haddad atribuiu o déficit fiscal do Brasil ao governo
anterior. "O filho é teu", afirmou. Ele disse que a gestão Bolsonaro deixou de
pagar precatórios, uma dívida que foi quitada em 2023 pelo governo Lula. "Esse
déficit, deputado, não é nosso. O filho é teu. Tem que assumir. Tem paternidade
isso aqui. Faz um exame de DNA que o senhor vai saber quem deu o calote",
declarou o ministro.
Haddad destacou a necessidade de restabelecer a verdade, afirmando que
Bolsonaro também deixou de pagar transferências devidas aos governadores,
resultantes da renúncia do ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações
em 2022.
Segundo Haddad, o governo Bolsonaro fez "caridade com o chapéu alheio" e
quase quebrou alguns estados. Ele citou o caso do governador de Minas Gerais,
Romeu Zema (Novo), que apoiou o governo anterior nas eleições de 2022.
"O Zema, que é um apoiador do Bolsonaro, em março do ano passado estava
na minha mesa pedindo para pagar o calote que o Bolsonaro deu nele. Eu falei:
"Por que o senhor não cobrou de Bolsonaro no ano passado?"", relatou Haddad.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/